DA PSICANÁLISE TEMOS:

 

Amor, amizade, admiração são respostas emocionais de um humano às virtudes de outro; a retribuição espiritual dado em troca do prazer pessoal egoísta que um recebe das virtudes de caráter de outro. Amar é dar valor. Apenas um humano racionalmente egoísta, que tem autoestima, é capaz de amar – porque além de manter valores firmes, consistentes, descompromissados é capaz de dar valor a si mesmo e valorizar outro na igual proporção que valoriza a si mesmo. Logo, não existe o amar todos, a qualquer um indiscriminadamente, menos ainda como a si mesmo, conforme os interesses políticos e de poder da religião política do Vaticano.

 

DO ROMANTISMO FILOSÓFICO TEMOS:

 

AMOR

 

Ninguém manda no amor. Pelo contrário, é este sentimento que comanda tudo. E ainda que não exista, o amor comanda pela própria ausência. Ele é tão essencial para a humanidade que esta criou a moral, que nada mais é que seu simulacro. Qual é, em essência, o mandamento da moral? Aja como se amasse. Porém é necessário, antes de abordar o amor como virtude esclarecer os diversos sentidos desta palavra, tão equívoca nos dias de hoje.


O AMOR  EROS

 

O amor erótico é o amor como falta, como desejo. Em si, ele é contraditório, pois sua realização significa sua extinção. Toda relação baseada neste amor, portanto, está fadada ao fracasso ou à morte, como o demonstram as tragédias românticas. Não há amor feliz, e essa falta de felicidade é o próprio amor.  “Como eu seria feliz se ela me amasse”, diz-se ele, “se fosse minha!” .Mas, se fosse feliz, não a amaria mais, ou não seria mais o mesmo amor. Eros é um Deus violento, ciumento e egoísta.  Mas depois que se sacia, ele se acalma e, por fim, se entedia.


O  AMOR  PHILIA

 

Mas nem todo amor é falta ou desejo. Existe o amor que é pura alegria, como aquele que temos pelos amigos e pelos filhos. Ele nos deixa feliz exatamente porque é uma gratidão pela existência daquele que nos dá prazer. Os casais só podem perdurar na felicidade após o amor erótico se passarem para este outro tipo de amor. Entre as pessoas que se amam se vive em plena liberdade e não é necessária a existência da moral.  Não é necessária a coragem da mãe para defender o filho, não é necessária a tolerância com o amigo bêbado, nem qualquer outra virtude.  O amor substitui a todas, naturalmente.


O AMOR  ÁGAPE

 

Contudo, o amor philia é restrito àquelas pessoas que nos agradam, que nos rodeiam, e por isso alcança um número muito restrito de pessoas.  E as pessoas que nos são indiferentes? E as pessoas que detestamos? Não é possível amá-las como mandou Jesus? O amor ágape é um amor criador. Ele pega um objeto desprezível e lhe cria um valor. Este amor é possível mesmo para os que, como nós, são ateus.  O autor justifica: “Como não amar, ao menos um pouco, quem se parece conosco, quem vive como nós, quem vai morrer como nós? Todos irmãos diante da vida, mesmo que opostos, mesmo que inimigos, todos irmãos diante da morte: a caridade seria como que uma fraternidade de mortais, e decerto isso não é pouco”.

 

Seguimento extraído do livro “NIETZSCHE  PARA ESTRESSADOS” do autor Allan Percy

 

Em um artigo dedicado à sincronicidade – a teoria das sasualidades exposta por Jung -, existe uma citação de Ernesto Sábato para explicar que as coincidências têm mais a ver com a afinidade do que com uma obscura lógica da sorte.  Vamos tomar como exemplo dois amigos que conviveram por muito tempo mas se separaram ao irem morar em países diferentes. Por mais estranho que pareça, eles terão grande possibilidade de se reencontrar em qualquer lugar do mundo que visitem. E isso acontece por uma razão muito simples: se eles têm gostos e hábitos parecidos, não é improvável escolherem viajar para a mesma cidade – Tóquio, por exemplo – na mesma época do ano. Uma vez ali, como os dois têm referências parecidas, irão aos mesmos lugares, no mesmo período do dia. Quando, após anos sem se ver, se encontram de repente em uma livraria para estrangeiros no bairro de Ginza, os dois dizem:  “Que coincidência!” Mas, na verdade, não poderia ter sido de outra forma. Por outro lado, como diz Sábato, duas pessoas muito diferentes podem viver uma ao lado da outra e não se encontrarem nunca, nem mesmo na própria rua.

 

ANTES DE CASAR, PERGUNTE A SI MESMO:

 

SEREI CAPAZ DE MANTER UMA BOA CONVERSA COM ESSA PESSOA ATÉ A VELHICE?

TODO O RESTO É PASSAGEIRO NUM MATRIMÔNIO.

 

Arte de amar, de Erich Fromm, publicada em 1956, é uma das obras mais lidas sobre um tema que preocupa a imensa maioria dos seres humanos. Para analisar o que sugere o título, o psicólogo e humanista alemão reflete sobre o que significa o amor para a sociedade moderna: Para a maior parte das pessoas, o problema do amor está mais em ser amado do que em amar. Daí vem a grande questão de conseguirem ser amadas, ser dignas de amor. Para alcançar esse objetivo, seguem vários caminhos. Um deles, utilizado principalmente pelos homens, consiste em ser bem-sucedido, rico e poderoso a ponto de conquistar uma boa posição social. O outro, mais empregado pelas mulheres, consiste em ser atraente mediante o cuidado com o corpo, as roupas, etc.. Fromm  afirma que uma pessoa só pode amar outra se conhecer a si mesma e respeitar a própria individualidade. Só então estará preparada para entender e respeitar seu parceiro. Como diz Nietzsche, ser capaz de conversar por toda a vida garante que o casal poderá se aproximar mais e mais e se conhecer cada vez melhor.

 

 

 

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