A GALINHA E OS OVOS DE OURO
A fábula conta a história de um pobre fazendeiro que um dia descobre no ninho de sua galinha um reluzente ovo de ouro. No início, ele desconfia de algum tipo de brincadeira, mas no momento em que vai jogar o ovo fora, pensa melhor e o leva para ser avaliado. O ovo era de ouro maciço! O fazendeiro não consegue acreditar em sua sorte. Fica ainda mais surpreso no dia seguinte, quando o fenômeno se repete. Ele acaba ficando imensamente rico e mal podia acreditar em tanta sorte.
Junto com a fortuna vieram a cobiça e a impaciência. Incapaz de esperar pelo ovo de ouro de cada dia, o fazendeiro decide matar a galinha e pegar todos os ovos de uma só vez. Mas, quando abre a ave, descobre que não havia nada dentro dela. Nenhum ovo de ouro. E agora não havia mais meio de consegui-los. O fazendeiro destruíra a galinha que os produzia.
Nessa fábula se manifesta a definição básica da eficácia. A maioria das pessoas enxerga a eficácia a partir do paradigma dos ovos de ouro: quanto mais alguém produz, quanto mais faz, mas eficaz a pessoa é. Entretanto, conforme se pode ver na história, a eficácia resulta de duas coisas: o produto ( os ovos de ouro ) e o meio de produção e/ou a capacidade de produzir ( a galinha ) e a qualidade do que é produzido.
Adotar um modo de vida focalizado nos ovos de ouro, negligenciando a galinha, em pouco tempo se perderá a fonte dos ovos de ouro. Por outro lado, se cuidar apenas da galinha, sem dar importância aos ovos de ouro, logo não terá mais meios para alimentar a galinha, ou a si próprio. A eficácia consiste no equilíbrio entre os dois aspectos, sem esquecer-se da qualidade.
Era uma vez um restaurante que servia um ensopado de marisco delicioso e vivia lotado de fregueses diariamente na hora do almoço. Quando a firma foi vendida, o novo proprietário concentrou-se nos ovos de ouro – e resolveu aumentar a água do ensopado. Durante mais ou menos um mês, com os custos reduzidos e a receita mantida, os lucros aumentaram barbaramente. Pouco a pouco, entretanto, os fregueses começaram a sumir. A confiança se fora e os negócios se reduziram a zero, praticamente. O novo proprietário tentou desesperadamente recuperar a clientela, mas ele havia negligenciado seus fregueses, abusando de sua confiança. Perdeu um bem precioso: a lealdade dos consumidores. Não havia mais galinha alguma para produzir os ovos de ouro.
Existem também as organizações que falam muito no consumidor, mas negligenciam totalmente as pessoas que lidam com o público e a produção – os funcionários. O princípio diz: trate sempre seus funcionários do modo como deseja que eles tratem os clientes mais importantes.
O foco nos ovos de ouro – uma atitude e um paradigma como este – mostra-se totalmente inadequado para lidar com as energias poderosas existentes no coração e na mente de outra pessoa. Estabelecer limites e metas a curto prazo é importante, mas não é tudo. A eficácia está no equilíbrio e no resultado de longo prazo. O foco excessivo na produção resulta em saúde comprometida, máquinas desgastadas, contas bancárias exauridas e relações rompidas. O foco excessivo na capacidade de produzir equivale a uma pessoa que passa três ou quatro horas por dia correndo e se gaba dos dez anos extras de vida que consegue com isso, sem perceber que está gastando esses dez anos na corrida. Ou então a uma pessoa frequentando eternamente a escola, sem nada produzir, vivendo dos ovos de ouro alheios – a síndrome do estudante profissional.
A manutenção do equilíbrio entre os ovos de ouro ( a produção ) e a saúde e bem-estar da galinha ( a capacidade de produção ), exige com frequência uma boa capacidade de discernimento.
É importante resistir às tentações que têm a sua origem em ganância, ego, sensação de falsa segurança e outras claramente emocionais..
Fonte: Livro "Feitas para vencer" . Autor: Jim Collins
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Não se prenda à beleza das formas efêmeras.
A flor passa breve.
Não amontoe preciosidades que pesem na balança do mundo. As correntes de ouro prendem tanto quanto as algemas de bronze.
Não se escravize às opiniões da leviandade ou da ignorância. Incitatus, o cavalo de Calígula, podia comer num balde enfeitado de pérolas, mas não deixava, por isso, de ser um cavalo.
Não alimente a avidez da posse. A casa dos numismatas ( colecionadores de moedas antigas ) vive repleta de moedas que serviram a milhões e cujos donos desapareceram.
Não perca sua independência construtiva a troco de considerações humanas. A armadilha que pune o animal criminoso é igual à que surpreende o canário negligente.
Não acredite no elogio que empresta a você qualidades imaginárias. Vespas cruéis por vezes se escondem no cálice de lírio.
Não se aflija pela aquisição de vantagens imediatas na experiência terrestre. Os museus permanecem abarrotados de mantos de reis e de outros “cadáveres de vantagens mortas”
Do livro:Agenda Cristã – Edição:FEB
Autor: André Luiz
Medium: Francisco Cândido Xavier