DOS GASTOS DESNECESSÁRIOS

 

O OLMO  E A TREPADEIRA

 

Uma jovem e extravagante trepadeira, futilmente ambicionando independência e gostando de se espalhar à vontade, desprezou a aliança de um olmo imponente que crescia ali por perto e namorava seus abraços.

 

Tendo crescido até uma certa altura sem nada para sustentá-la, ela lançou seus ramos delgados a uma distância muito incomum e excessiva, chamando o vizinho para ver como não precisava da sua ajuda.

 

“Pobre arbusto pretensioso”, respondeu o Olmo, “como é incoerente a sua conduta! Se você fosse mesmo independente usaria a sua seiva para engrossar o seu caule que  desperdiça em vão numa folhagem inútil.

Em breve a verei rastejando no chão, mas com o estímulo, na verdade, de muitos da raça humana, que, ébrios de vaidade,  desprezaram a economia e que, para apoiar por um momento a sua vã ostentação de liberdade, exauriram a própria fonte em gastos frívolos.

 

Robert Dodsley, 1703 – 1764.

 

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Trepadeira com muitos espinhos. Em baixo, as raízes se espalham profundas. Por cima, a trepadeira se emaranha nos arbustos, se enrosca nas árvores, postes e beirais de janela. Livrar-se dela dá tanto trabalho, que é mais fácil deixá-la subir.

 

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Leia também o texto do título: "Da dependência"

 

Texto extraído de livro dos autores Robert Greene e Joost Elffers