DO  NARCISISMO

 

O narcisista é possuidor de um sentimento de VANGLÓRIA como forma de compensar a sua insegurança e baixa autoestima. Estão sujeitos à ira porque são muito propensos a interpretar como desprezo a normal liberdade de discordância na conversação. A vanglória do narcisista equivale a uma falsa opinião de Si, a uma insensatez que resulta em super  estimar o próprio valor. E não ciente da própria doença mental imagina-se e deseja ser visto quase como um super herói, alguém  sempre com a razão em tudo que fala. Aqueles que são forçados a conviverem com um narcisista deverão fazer um extraordinário uso da razão e conhecimento de causa e consequência desta patologia perante a qual a paciência precisa ser inesgotável, atributos que não se encontram continuamente presentes para resistir-lhes.

 

O narcisista vive em um sistema permanente de auto-observação e vigilância para que as partes rejeitadas não apareçam e o faça sentir vergonha, e sobretudo inferioridade. Trata-se de uma autoconsciência tortuosa que produz um efeito interno paralisador. Equivale a criação de uma ilusão de grandiosidade no lugar de um vazio, de uma ferida produzida por uma infância sem amor dos pais, povoada por inseguranças e medos, sem laços afetivos: humilhação, falta de confirmação e de cuidado dos pais, lutas de poder na familia, dentre várias outras circunstâncias que contribuem para a estruturação daquilo que se chama “caráter narcisista”. Em suma, fruto da agressão sofrida pelos seus cuidadores primários ao seu amor-próprio: ser querido e aceito.

 

Externamente, é como se a parte traumatizada fosse encapsulada com uma ou várias capas protetoras, constituindo subpersonalidades que visam a aparentar e sentir menor vulnerabilidade.  A atuação é uma espécie de dramatização ‘a posteriori’ da história traumática, só que agora a vítima do abuso toma um papel ativo e aparentemente potente da situação, nessa estranha trama em que o sintoma faz parte do enredo.

 

Distúrbios narcísicos e borderline apresentam frequentemente defesas dissociadas do ego. A aparente grandiosidade extrema, a falta de empatia pelos outros, o emprenho exagerado para conseguir poder, dinheiro e beleza e pensar que outros espelhem e admirem sua grandiosidade, escondem de forma dissociada um sentimento de vazio e raiva relacionado à vergonha e humilhação na infância.

 

Todos têm um subterrâneo repleto de pulsões complexas e conflitantes que podem merecer uma reavaliação à luz desses entendimentos a fim de conter a angústia e prescindir dos atos de vingança, substituindo-os por outros mais criativos e apropriados ao momento atual.

 

Cada pessoa possui um nível ótimo de valor pessoal que seu psiquismo precisa manter para sobreviver emocionalmente. Quando este autovalor ou auto-estima está muito baixo, recursos defensivos são criados para tentar otimizar o valor pessoal. Assim, o exibicionismo, para obter a qualquer custo o “brilho” do olhar da mãe, e fantasias grandiosas e onipotentes são as formas compensatórias que a criança dentro do narciso tem de recuperar o amor que perdeu; elas se alternam e geram vergonha, culpa e “fúria narcísica”, se não encontra satisfação e quando é tratado/considerado de forma diferente a que imaginava que deveria ser com base em seus falso valor próprio. A defesa narcísica promove uma auto-inflação do valor pessoal em razão da baixa auto-estima. As pessoas normais avaliam qual o valor do seu EU para si e para os outros; os narcisistas só avaliam o seu EU para Si.

 

As características essenciais do distúrbio narcisista de personalidade são: (1) o padrão de grandeza: sensação de auto-importância, requerendo constante atenção e admiração; (2) supersensibilidade à avaliação de outros, com reações de raiva, vergonha e humilhação diante da crítica; (3) falta de empatia e egocentrismo; (4) preocupação com sentimentos de inveja.

 

Narcisista tornou-se sinônimo de egoísta, orgulhoso, “auto-suficiente”, altivos, fortes e auto-adoradores. Já a realidade psicológica interna se configura como uma criança contraída, tampando os olhos e ouvidos com as próprias mãos, em razão de sofrer por vergonha, humilhação, inferioridade, baixíssima estima pessoal, que desmascarado contaria  a história de uma criança que não se sentiu adequadamente amado e cuidado na infância e que com tijolos de ressentimento e/ou promessas de vingança criou um falso muro de orgulho e auto-suficiência em torno de si.

 
 

O narcisista quer se fazer notado e a sua presença incomoda; A pessoa sem essa patologia é aquela que preza a virtude da discrição e a sua falta é sentida quando ausente.

 

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O narciso só gosta de quem ele considera gostar dele de forma exclusiva, importante, elogiado, etc.. porque só assim ele próprio sente-se bem consigo mesmo, em razão de sua auto valoração ou autoestima extremamente baixa. Os adultos ‘saudáveis’ prescindem do desejo de exclusividade.

 

Muitas crianças não desejadas por pais negligentes e abusivos sobrevivem à custa de “band-aids psicológicos”, com manobras defensivas que objetivam compensar a autoestima ferida, são remédios comumente usados: orgulho, aparência de auto-suficiência, falsa aparência de “não desejar ou precisar de ninguém”.

 

O adulto narciso foi aquela criança neglicenciada pelos pais, humilhada cada vez que precisou de ajuda e sofreu formas variadas de abuso emocional, físico ou sexual; Assim, cresce desejando não ter seus sentimentos frustrados por outrem, não querendo comprometer-se com os outros, auto inflando sua capacidade de autonomia, escondendo-se por trás de uma imagem de falso poder. O narciso equivale a um balão inflado por fora, com uma falsa imagem de adulto poderoso; contudo, por dentro, uma criança frágil, impotente, insegura e triste.

 

Regressar à cena infantil não mudará o sofrimento no passado, nem o papel de cada ator na época no palco da vida, mas ajuda a compreender a própria dor e a negociar consigo mesmo as promessas de vingança que, na época das agressões sofridas, fez para o futuro de seus algozes ou seus assemelhados, podendo lidar de forma diferente com a própria situação.

 

A parte adulta do narciso precisa compreender esta criança sofrida interna, interagir com ela e criar outras alternativas que não comprometam a felicidade da vida atual.

 

Estes textos visam auxiliar os narcisos à substituírem os seus “remédios” antigos e inadequados por outros mais eficientes e adaptados ao seu grau de narcisismo a fim de não precisar de uma armadura tão espessa para se defender.

 

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No início dos anos 70,  num cenário político turbulento que incluía o fiasco da participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã e a queda do presidente Nixon após o escândalo de Watergate, uma geração "eu" começou a se fazer notar - e Andy Warhol estava lá para erguer o seu espelho.

 

Ao contrário dos manifestantes radicais dos anos 60, que queriam consertar todos os males da sociedade, o pessoal do "eu", preocupado apenas consigo mesmo, procurava melhorar o corpo e "entrar em contato" com seus próprios sentimentos. Eles cuidavam intensamente da própria aparência, saúde, estilo de vida e contas bancárias.

 

Andy procurava satisfazer o egocentrismo e o orgulho inflado dessas pessoas oferecendo seus serviços de retratista. No final da década, ele seria reconhecido internacionalmente como um dos mais importantes retratistas da sua era.

 

Andy Warhol oferecia aos seus clientes um produto irresistível: um elegante e lisonjeiro retrato por um artista famoso que era, ele mesmo, uma reconhecida celebridade. Conferindo uma presença de estrela fascinante até aos rostos mais famosos, ele transformava seus temas em aparições glamourosas, apresentando seus rostos como achava que eles queriam ser vistos e lembrados.

 

Ao filtrar os belos traços de seus modelos nas telas de serigrafia e exagerando a sua vivacidade, ele lhes permitiu o ingresso num nível mais mítico e rarefeito de existência. A posse de grandes riquezas e poder podia servir para o dia-a-dia, mas a encomenda de um retrato a Warhol era indício certo de que o modelo pretendia garantir também a fama póstuma. Os retratos de Warhol não eram tanto documentos realistas de rostos contemporâneos quanto ícones de designer aguardando consagrações futuras.

 
 
 

Na vida você sempre econtrará  gente pomposa e  egocêntrica. 

 

Regra geral, você tem três maneiras de lidar com estes exibicionistas e  egomaníacos.

 

 Primeira: você pode evita-los, e nesse caso você se sepera de  três quartos da população do Mundo.

 

Segunda: você pode competir com eles, igualando cada uma das fanfarronices e exageros com alguma coisa parecida. As pessoas caem nessa armadilhas com mais frequência do que você pensa. 

 

Terceira: você pode afagá-los e incentivá-los, que debaixo  da  “pose” é exatamente o que eles querem.

 

Quando você encontrar alguém que conseguiu algo na vida ( ou pensa que conseguiu ) e que fica 

trombeteando isto, creia que você se dará melhor se encorajá-lo, fazendo “acompanhamento musical” para 

as trombetas, em vez de querer abafar o ruído com seus tambores.

 
 

 

Os narcizistas têm a síndrome do "cão maior": não se importam que existam outros cães no canil, desde que continuem a ser o maior. O canil tem que refletir os seus valores. Do contrário, tornam-se ciumentos, ofendidos e rejeitados  facilmente. Julgam-se "celebridades", tem uma autoimagem de perfeição e acreditam que são superiores a todos os demais.. São individualistas, necessitam  ter o ego alimentado a acham que tudo gira ao redor de seu umbigo. Eles não pensam no interesse de ninguém, apenas nos deles.

 
 

Todo o prazer e contentamento do espírito narcisista consiste em haver alguém em comparação com o qual ele possa ter alta estima relativa ao outro. Nada supera, para o narcisista, a satisfação de sua vaidade e nehuma ferida dói mais do que aquela que a atinge. Daí procedem expressões narcisas como "a honra vale mais do que a vida"; "a desgraça alheia é um grande médico".  Esta deleitação da vaidade provém principalmente da comparação que o narciso faz com os demais em todos os aspectos, geralmente os mais fúteis e inúteis...

 

 

Por qualquer discordância, sentem-se ameaçados e agem com violência, tal como um primata não humano, para reagir a invasão de seu território. Embora não ostensivamente quanto o bater no próprio peito dos babuínos ou com um canivete ou uma pistola Magnum 357, eles o fazem indiretamente usando palavras pejorativas em relação ao outro ou até usando uma camiseta apertada realçando os músculos, haja vista que o egocentrismo narcisista é fruto de uma significativa insegurança emocional.

 
 

Mas um ego gigante não significa um ego forte; aliás, geralmente, significa o oposto, que determinada pessoa sente necessidade de ser agressiva em virtude de uma débil autoimagem.  E um ego pequeno não indica, necessariamente, fraqueza. Muitas das pessoas positivas nos negócios e na vida pessoal são bastante discretas.

 

 

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Narciso é vulgarmente o termo usado para indicar alguém vaidoso e egoísta, aquele preocupado apenas com a sua imagem. Ledo engano ! Não é só isso, esse está longe de ser o problema central da patologia.

 

O Mundo gira exclusivamente ao redor dos interesses dele e do reconhecimento alheio em relação a imagem do narciso, sem que o narciso  tenha qualquer reconhecimento pelo outro !

 

Narciso não cria vínculos, não partilha consideração, apenas arrogância. Vive apenas preocupado se a imagem que os outros têm dele está de acordo com a que ele imagina e deseja.

 

O narcisista apresenta-se aos outros como um “self” fabricado a partir de sua psicopatia. Ele é o centro absoluto para onde tudo e todos devem convergir para satisfazer seu egocentrismo. Em razão disso, apresenta traços megalomaníacos. Mente e acredita em suas mentiras. Antes de enganar aos outros, engana a si mesmo. Ele alimenta uma imagem infantil de Si e do Mundo, sem separar um do outro. Portanto, todos ao seu redor existem para servi-lo. Nessas condições, não suporta ser contrariado e frustrado, e pode ter acessos de fúria. Se frustram apenas por não sentirem-se o centro das atenções.

 

Os outros não existem para ele. São nada mais que componentes do seu cenário patológico: palco e plateia. Quer que os outros o ouçam de uma forma que o coloque no centro das atenções. Fala muito as palavras “eu”, “meu”, “minha”, “mim”,  mas faz muito pouco..

 

É vital para o narciso ser o centro de atenções, culpa os outros por não lhes darem a importância que pensa merecer. Não tem senso moral e lhe falta empatia. São criaturas imaturas. Agem e reagem como o maior ser integro do Mundo.

 

No trabalho não toleram autoridade, são egoístas nas relações com colegas de profissão, nas amizades. Não saem do foco em si mesmos, só ficam tranquilos enquanto o outro faz o que eles querem.

 

A realidade para o narciso é um cenário de jogo, no qual ele precisa ser sempre o vencedor. Tudo gira em torno do seu umbigo. Tudo existe com o único objetivo de servi-lo, de aplaudi-lo. É uma ameaça social por sua grave incapacidade emocional. Incapaz de sentir emoções socias com simpatia, empatia, gratidão, inflige agressões em outras pessoas, sem sentir qualquer remorso. A emoção é apenas em relação a si mesmo, não em relação ao outro. É incapaz de construir uma similitude emocional do outro. Reage a tudo que o contraria a percepção do papel que quer representar para os outros com agressividade, irritação. Quase tudo provoca vergonha e humilhação.

 

O outro é um objeto utilitário, um elemento do cenário no qual ele é o centro inquestionável.  Quando questionado, torna-se facilmente rude, arrogante. Se o narciso é aluno, o professor é o personagem que menos sabe diante dele.

 

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VEJAMOS  UM RELATO DE PESSOA  DISCRETA  E PSICOLOGICAMENTE  DISTANTE DO NARCISISMO

 

Uma das mais bem-sucedidas executivas que conheço tem todas as qualidades de uma executiva principal campeã. Ela é brilhante e criativa, sabe usar seu tempo, é ambiciosa e tem um ego saudável. Mas creio que a sua maior virtude é a habilidade que apresenta para abafar seu ego em benefício de outrem, especialmente seus subordinados.

 
 
 

Uma pessoa que trabalhou com ela recentemente me disse: 

 
 

“Não importa quem você seja, quando está em sua sala, ela age como se você fosse a única pessoa que importa, fazendo-o sentir-se como um igual. Ela é diferente, escuta suas opiniões e lhe dá tempo para apresenta-las. Se há outras pessoas na sala, mesmo se você for uma secretária ou um contínuo, ela o trata como o presidente do Conselho” . Este tipo de talento substitui várias falhas e explica porque ela tem tanto sucesso.

 

 

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Você já  enfrentou alguma situação em que se sentiu desvalorizado por alguém ? É claro que sim !  Aliás, por sermos imperfeitos em um mundo imperfeito é certo que vamos encontrar essa emoção todos os dias e em dose elevada, por diversas razões, até por quem o inveja... o problema é que os narcisos são extremamente sensíveis devido a experiências na infância que deixaram neles um sentimento de desvalorização.

 

Como você se vê ? 

 
 

Como eram seus pais quando você era criança ? 

 

De que forma o seu valor ( ou a falta dele ) lhe era comunicado ?

 

No que diz respeito à comunicação interpessoal, a percepção pode ser mais poderosa do que a intenção. 

 

Por sua vez, a raiva é uma emoção da autopreservação, comum a todas as pessoas, e emerge quando a pessoa sente a necessidade de expressar que seus limites pessoais foram violados.  A raiva não é unidimensional, mas sim multifacetada e, portanto, não deve ser esteriotipada, generalizada. Ela pode ser demonstrada de diversas maneiras, agressões ativas e passivas. 

 
 

A doença psicológica do narciso é que em quase tudo ele percebe algum tipo de rejeição ou desqualificação relativa e sente a sua ( dele ) dignidade diminuída e, ainda, por ser emocionalmente infantilizado reage com raiva de forma desarrazoada e inapropriada às minimas agressões ( frustrações ) do dia-a-dia, a maioria delas imaginárias.

 

 

Em geral, quando eles consideram que alguém os irrita ( mínimas coisas ), não hesitam em criar um conflito com atitudes  ofensivas; não perdoam  quem "erra" com eles;  têm dificuldades emocionais de lidar com as "injustiças" da vida; "não estão nem aí" em relação às necessidades dos outros; o sarcasmo e a ironia são recursos que usam bastante para expressarem a sua  agressão.

 
 

Não basta apenas reconhecer racionalmente o valor próprio que a natureza lhe atribuiu. É preciso escolher e aceitar esse valor, mesmo quando outra pessoa opta não fazer tal reconhecimento. Essa escolha tem grande efeito sobre a intensidade das emoções raivosas. Não significa que você irá parar de experimentar a raiva, mas será menos afetado por outras pessoas.

 
 

Alguém com uma agenda ocupada pode sentir maior necessidade de aceitação da família e dos colegas de trabalho, enquanto uma pessoa menos atarefada pode demonstrar uma maior necessidade por um trabalho estimulante. Essa é a realidade  que faz com que interajamos com motivos e desejos próprios. Ademais, ninguém tem o mesmo passado nem vive as mesmas experiências, de modo que cada um enfrenta questões únicas na idade adulta.

 
 

A raiva resultante desse comportamento é um tipo de protesto:

 
 

"Será que ninguém consegue entender quem eu sou ?

 
 

A raiva é boa ou é má ? 

 
 

Em muitos casos a raiva é inquestionavelmente legítima, já que é a regra da vida que muitas necessidades não sejam correspondidas e precisamos conviver com muitas pessoas com valores e princípios diversos dos nossos. 

 
 

O equilíbrio acontece quando a raiva está ligada a um motivo razoável e é  comunicada de maneira  apropriada.

 
 

A raiva do narciso é infundada e exagerada porque representa uma demanda egoísta ou exigente demais ( como uma criança que se enfurece porque o pai não deu o brinquedo que ela desejava ).

 
 

O narcisiso não reconhece que a vida pode e vai seguir em frente, mesmo quando nos sentimos tolhidos por pessoas insensíveis, ignorantes e invejosas.

 
 

Com a sua raiva ( dele ) o narciso alimenta a falsa esperança de que suas necessidades serão atendidas com a manifestação  de sua raiva e o deixa ainda mais vulnerável a uma montanha-russa emocional.

 
 
 

A raiva por si só  é uma forma de auto-preservação do valor, das necessidades de reconhecimento de valor ou de respeito não atendido  e dos princípios pessoais, portanto,ela é necessária em todos, todos os dias.

 
 

O problema no narciso é que ela é extravazada a custa alheia. A referência de valor não está em si próprio ( como o sábio procede ), mas nas reações alheias. 

 

Os narcisos deixam que as emoções dependam das circunstâncias, e poior,  circunstâncias  mais imaginárias  que reais

 

Esse é um comportamento perigoso. 

 

Os narcisos são pessoas com reações infantis ( inadequadas )  ao sentimento de raiva. Praticamente tudo é motivo de frustração e qualquer mínima frustração desencadeia reações raivosas. 

 

Eles possuem um padrão comportamental preso à vontade alheia.

 
 

Os narcisos são intolerantes com aqueles que o contradizem, como forma de controlar as pessoas a fazerem  o que  não lhes frustram. Eles querem empurrar a vontade egoista sobre alguém sem enxergar a comunicação no contexto maior das coisas.

 
 
 

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"Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar"

 
 

Tiago 1 19

 
 
 

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Para viver bem  na sociedade imperfeita, é preciso manter-se senhor  de 3 virtudes: 

 

coragem, sagacidade e a solidão ( a alma elevada  venera a si mesma, prescinde do reconhecimento alheio ) e eleger como companheira inseparável aquele vício impertinente e jucundo da falsidade que se chama cortesia.

 

O narciso  não conhece a palavra  cortesia quando para os outros... somente a cortesia quando para ele.

 
 
 
 

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Todos têm, ou devem  ter, certos princípios segundo os quais vivem e conduzem a sua vida, suas atitudes. No entanto, mais pecados são cometidos em nome de um do que qualquer outra coisa de que eu consiga lembrar-me.

 

 

Se consistentemente apresentar o seu lado verdadeiro, sincero e tudo o mais, não se irá sair muito bem. O segredo consiste em apresentar o seu melhor , representando um papel que retrate as suas melhores qualidades e esconda as piores. Senão, você corre o risco de ter que suportar a ver a mentira vencer a verdade, o mal vencer o bem e o mau vencer o bom...

 
 
 

O caso clássico do pior inimigo de si mesmo diz respeito aquelas pessoas que não sabem a diferença entre verdade, honestidade e  para usá-las.

 

 

Nenhum de nós se dá ao luxo de fazer uma coisa de cada vez, e é muito fácil permitir que as emoções presentes numa situação contaminem uma outra. Se você acaba de ser frustrado é difícil não repassar algum grau de desapontamento para a próxima pessoa com quem se vai falar. Se você está aborrecido, a impaciência ou a irritação acabará por transparecer no curso da próxima interlocução, ao telefone ou no e-mail ou no facebook, etc..

 
 
 

Compartimentar, mantendo as emoções de uma dada situação restrita aos limites daquela situação, constitui uma das coisas fáceis de se aconselhar e muito difíceis de ó narciso fazer. Normalmente, eles reagem ás situações ao invés de agirem.

 
 
 

No fundo, compartilhar é na maioria das vezes um processo consciente de estabelecer uma certa distância entre você e a situação. O narciso é dependente da aprovação alheia que deve estar sempre de acordo com os seus interesses patológicos de autoafirmação.

 

 

 

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DO ORGULHO  NARCISISTA

 

 

Desde o começo da vida, o ser humano se preocupa consigo mesmo. Você chorava quando seu pai dizia não. Agarrava seu brinquedo predileto quando outra criança queria brincar com ele. Recusava-se a comer quando não era a sua comida favorita. Ignorava seus pais quando eles tentavam educa-lo.  As criancinhas têm desculpas para essas atitudes, por não saberem o que estão fazendo.

 

No entanto, enquanto essa  personalidade  se desenvolve, imagine  uma  criança exposta a um controle excessivo e, por  vezes, com ofensas a sua capacidade e intelecto.  Isto poderá  torná-la um adulto decidido que jamais deixará alguém voltar a exercer qualquer controle sobre ela e, assim, como consequência desse trauma, surge a reação  patológica da raiva narcisista quando ela não recebe o que deseja.

 

Todo episódio de raiva narcisista está ligado ao orgulho doentio que é mais do que a simples arrogância e a presunção.

 

 

SÃO  CARACTERÍSTICAS  DO NARCISISTA  RAIVOSO, ORGULHOSO E MEDROSO

 

 

-Pensam no motivo de as pessoas não serem atenciosas como eles acham que deveriam ser;

 

 

-Quando alguém lhes é insensível, irritam-se mais do que deveriam;

 

 

-A impaciência e a irritação tomam conta quando veem alguém  que os  contraria;

 

 

-O humor muda de acordo com o modo como os tratam;

 

 

-Quando expressam uma opinião, perdem a paciência quando o outro não a recebe bem;

 

 

-Sentem a necessidade de manter uma reputação imaculada nos seus círculos sociais, mesmo que isso exija  falsidade consigo e agressividade com os outros;

 
 
 

-Quando alguém discorda, costumam considerar  como enfrentamento e respondem de forma agressiva;

 

 

-Depois de criarem uma opinião sobre um assunto, não gostam de  ouvir pontos de vista diferentes;

 

 

-Quando alguém faz algo de 'errado' com eles, ficam irritados por horas pensando em como se vingar;

 

-Quando surge a necessidade de preservar o valor, as necessidades e os princípios, querem conquistar uma posição de superioridade usando o insulto ao próximo como meio de se elevar.

 

-A mentalidade avaliadora é uma constante. Eles são obcecados  com padrões de avaliação;

 
 

-Quando em função de chefias, estabelecem um papel de importância exagerada à própria figura de autoridade e qualquer probleminha é motivo de "pregação" e respostas agressivas. O respeito e o apoio perdem prioridade para o perfeccionismo, o egoísmo, a impaciência e as escolhas mesquinhas..

 
 

-Chefes narcisos costumam fazer reuniões para dizer como os subordinados devem pensar e como instrumentos usam discursos com ameaças motivados por observações sobre problemas banais.  Eles querem pensar pelos subordinados e que estes pensem como eles.

 

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Se o narciso não pode te controlar, você não significa nada para ele. 

 
 

A “consideração” do narciso é baseada no nível de controle que ele possuir sobre a pessoa “considerada” e no nível  de "importância" relativa que ele dá a essa pessoa para consigo.

 

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Como dizia mestre Yoda, mentor do personagem Darth Vader: 

 

"O medo é o caminho para o lado negro. 

 

O medo leva à raiva. 

 

A raiva leva ao ódio. 

 

O ódio leva ao sofrimento.

 

 

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Todo narciso está preso a duas armadilhas:

 

(1) a de ceder ao sentimento de inferioridade;

 

(2) a de tentar ser falsamente superior;

 

É muito frustrante imaginar que você tem de ser bem-avaliado para ser amado.   A tendência ao julgamento é tão grande que o narciso não se permite ser quem é de fato.

 

O bom senso diz que temos mais valor do que a soma das avaliações que fazem de nós. 

 

 

O oposto do orgulho narcisista é a humildade que representa a falta de preocupações egoístas e a disposição de reconhecer os limites pessoais.

 

 

As pessoas  emocionalmente livres do narcisismo sabem que  humildade significa força. O foco da humildade é o próximo. O lema do orgulho é: “atenda às minhas necessidades”. Querer que uma necessidade  seja atendida nem sempre é errado, mas esse comportamento no narciso toma uma motivação avassaladora a ponto de a pessoa ficar obcecada com a forma como os outros deveriam responder.

 

 
 

Quando nos preocupamos demais com o efeito do comportamento alheio em nossa vida, acabamos respondendo de forma excessivamente sensível quando uma necessidade é ignorada ou  mesmo quando o próximo tem um foco diferente do nosso. Assim é o narciso.

 

 

O sábio e o psicologicamente sadio presta atenção aos sentimentos do próximo e não espera recompensa por isso. Como diz o ditado: “ a virtude é a sua própria recompensa”. O próximo se beneficia e você fica com a consciência tranquila. 

 

Assim como a humildade, o sábio  aceita limites. Os narcisos orgulhosos têm dificuldade em manter o equilíbrio desses limites. Eles tendem a expressar necessidades e princípios com a certeza de que ninguém pode discordar. Agridem para se impor e se ofendem com facilidade. Também não aceitam as distinções que são peculiares a cada ser humano. Dessa maneira, também são excessivamente críticos.

 

 
 

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São inúmeras as formas de agressão, as formas passivas são as mais frequentes: refutação crônica, criticismo, teimosia, o sarcasmo, a comunicação dogmática, a falta de disponibilidade, silêncio, apatia, irritação, sensibilidade excessiva, etc..

 
 

As pessoas sem a psicopatologia do narcisismo possuem seus apoios e motivações nos seus próprios valores e não se sentem jogadas para baixo pelo comportamento alheio. Controlam as emoções com o maior cuidado, em vez de deixar que a estabilidade emocional dependa da aprovação alheia. 

 

No narcisista a raiva já se tornou um hábito e somente uma força interior sobrenatural para libertá-las da dor que sentem.

 
 
 

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"O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. 

 
 

Quem é capaz  de compreendê-lo ?

 
 

Jeremias 17:9

 
 

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O sábio se basta por si próprio. 

 
 

O tolo necessita da aprovação alheia

 
 

Baltazar Gracian

 

 

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O convívio com o narciso exige que antecipemos e evitemos as situações que os deixam vulneráveis a frustrações. Não podemos saber o futuro antecipadamente, mas não somos obrigados a apenas reagir.

 
 
 

Se você é capaz de reconhecer a falta de confiabilidade humana, de que modo considera seus pensamentos quando se sente decepcionado com alguém que se recusou a ser íntegro ? 

 

Como eu reajo quando alguém desvaloriza minhas opiniões ?

 

 

 A maioria das pessoas é realista o suficiente a ponto de saber que não podem ser aceitas por todos o tempo inteiro, mas os narcisos são  uma exceção. 

 

Eles não estão emocionalmente preparados para o fato de que várias pessoas, até mesmo muitas, não irão aceitá-las de fato.

 

As pessoas  normais sentem que têm a capacidade de prosperar a despeito das rejeições. Elas sentem que podem não conseguir responder às frustrações da maneira que gostariam, mas acreditam que essas  rejeições não servem como julgamento definitivo.

 

Como as pessoas com raiva se sentem presas à inutilidade, é comum esperarem ansiosamente por um príncipe ou princesa encantado(a) que fará desaparecer todos os problemas ( traumas )  relativos ao seu ego. No entanto, tais pensamentos alimentam uma mentalidade infantil e medíocre exigente que acaba por perpetuar a raiva narcisista prejudicial.

 

Conflitos ligados ao valor, às necessidades e aos princípios pessoais estarão sempre inseridos em um mundo imperfeito cheio de pessoas imperfeitas, no entanto, as pessoas sem a sociopatologia do narcisismo não ignoram os erros que a fizeram sofrer, mas escolhem prosperar apesar deles. Elas não esperam que o outro aja de forma que considera a correta para fazer a escolha certa em relação à raiva. Conseguem aceitar que os outros escolham viver de modo diverso e até mesmo prejudicial ao deles. Aceitam a responsabilidade pelas próprias emoções. O abandono da raiva nada tem a ver com 'ganhar ou perder'.

 

Em que situações você se sente propenso a assumir que a rejeição elimina sua capacidade de manter a compostura emocional ?

 
 

Os narcisos vivem presos a generalizações negativas que, embora contenham algum elemento verdadeiro, quando são levados ao extremo acabam privados de razão e os afastam de oportunidades objetivas boas. É preciso eliminar as falsas ideias. 

 

Os narcisos vivem presos a pensamentos de "tudo ou nada", à uma mente inquisitiva fruto da raiva pela auto-vitimização. 

 

A felicidade na assertividade alheia é a infelicidade do narcisista.

 

Veja o vídeo no link abaixo

https://www.youtube.com/watch?v=T1kPKMlJ3WU

 

 

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O sábio olha para frente.

 

O tolo procura se enganar não enfrentando os fatos.

 

Livro dos Provérbios

 

 

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O   PAPEL  DO MEDO  NA  RAIVA  NARCISISTA

 

 

Os relacionamentos humanos deveriam servir como um abrigo. Seja entre pai e filho, entre dois amigos, entre irmãos, etc.. Cada relacionamento deveria existir para celebrar a honra e o respeito entre os envolvidos. O propósito dos relacionamentos seria o de celebrar a dignidade humana. Diante disso, precisamos admitir que 99% dos relacionamentos nem de longe refletem este propósito.

 

O medo é uma força emocional que impede o homem de viver com a confiança necessária. Ele prepara o terreno para muitos comportamentos disfuncionais. Para a maioria, falar de medo significa falar apenas de hesitação, de apreensão e de dúvida, mas o medo do narcisista vai muito além. 

 
 

O Narcisista interpreta mal uma rejeição, erra ao dar muito poder à opinião do próximo e ao transmitir a mensagem: “Não confio em mim mesmo”.

 
 
 

A tendência ao medo narcisista costuma se desenvolver na infância ou a partir de experiências com pessoas importantes na vida. Exemplo: Pais que não conseguiram criar um ambiente favorável para o compartilhamento de sentimentos e a criança aprendeu que o mundo está cheio de pessoas prontas para julgá-la e rejeitá-la quando faz algo errado e, assim, ela decide que é mais tolerável guardar os sentimentos verdadeiros para si mesma.

 
 

A pessoa  emocionalmente  equilibrada preocupa-se menos com as pessoas que as rejeitam ou que desprezam seus sentimentos. Ela apega-se com firmeza aos seus próprios princípios, ao invés de tentar adequar-se à vontade alheia. Ela não entende a rejeição alheia como uma constatação definitiva.

 
 

A pessoa emocionalmente sadia deposita mais confiança nas próprias  convicções e não se curva diante da rejeição alheia.

 
 

O medo não é uma emoção unidimensional, pode ser expresso como timidez, vergonha, mas também como a intimidação, bravatas irreais, falação compulsiva, pelo vício com o trabalho e pelas mentiras, para citar apenas alguns exemplos..

 
 
 

ALGUMAS  CARACTERÍSTICAS  DO MEDO  NARCISISTA

 
 

-Ficam impacientes quando não estão no controle da situação,

 
 

-Não sabem receber as avaliações que lhes fazem;

 
 

-compartilhar sentimentos íntimos com os outros não é algo natural para eles;

 
 

-O humor das pessoas tem grande efeito sobre o humor  do narciso;

 
 

-Têm o hábito de deixar que as frustrações floresçam, não conseguem livrar-se delas com facilidade;

 
 

-Mentem para encobrir defeitos banais, praticam o autoengano por  coisas insignificantes;

 

-Desejam ter uma reputação, mas nunca à custa da honestidade e da responsabilidade consigo,

 
 

-A precaução com a autoimagem é exagerada,

 
 

-Ao invés de enxergarem a culpa que têm nos conflitos, costumam focar apenas no comportamento alheio, tal como as crianças fazem com os pais..Não devemos esquecer que o narcisista é uma criança..

 
 

-Eles se curvam à rejeição alheia. Eles acham que a opinião contrária alheia afeta o seu valor;

 
 

-Eles não conseguem aceitar que discordem deles;

 
 

-Acham importante responder de forma combativa  quando  discordam de suas opiniões;

 
 

-A expressão da raiva narcisista é contaminada pelo excesso de insegurança;

 

O narciso revela o seu medo principalmente pelo disfarce e pela falsidade. Eles não são honestos sobre quem são de verdade, projetam imagens de si falsas e parciais.

 
 

A forma mais marcante da manifestação do medo narcisista consiste na ideia de que a melhor maneira de se proteger é manter o outro na defensiva. Em virtude de acharem que o outro tem a intenção de os  atingirem, tornam-se ofensivos toda vez que surge um assunto delicado para a sua autoestima  narcisista.

 
 
 

EXEMPLO

 
 

Quando alguém  os contradiz ou, pior ainda, fala sobre algum erro cometido, logo partem para o contra-ataque. Eles permitem que a opinião alheia lhes exerça  muita influência.

 
 

O NARCISO  É CARENTE DE  AUTENTICIDADE  CONSIGO 

 
 

O oposto da defesa baseada no medo é a autenticidade. Ser autêntico é ter sabedoria suficiente para fazer descobertas sobre si mesmo e estar tão disponível quanto possível para o próximo. É viver sem fingimento. Significa que os princípios na vida pública são consistente com os princípios na vida íntima, particular.

 
 

Ser autêntico não significa negar os medos. As imperfeições da vida são tantas que, em algum momento, causarão alguma tensão em cada um de nós. Para ser autêntico, precisamos aceitar o que somos, quem somos. 

 
 

O narcisista vende uma imagem falsa de modo que vivem focados em reparar na reação que os outros têm em relação a si

 
 

O narcisista deixa o medo de suas fraquezas governarem, escondem neuroticamente suas inseguranças e necessidades..

 

 

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O PASSADO DO NARCISISTA É DOLOROSO DEMAIS

 

 

Todos nós somos influenciados pelo ambiente em que vivemos, pela atmosfera emocional que nos cerca. Pessoas expostas regularmente à troca de amor interpessoal têm mais inclinação a responder dessa mesma forma. Por analogia, pessoas que vivem em um ambiente repleto de tensão respondem de forma defensiva.

 

É comum ver no narciso  a raiva causada por lembranças de indignação causadas pelo temperamento agressivo dos Pais. 

 

Após anos de ataques de sofrimento, o passado toma conta da pessoa e se estabelece uma mentalidade pessimista no controle das emoções. 

 

O narciso não consegue tolerar a ideia de que alguém possa funcionar fora do domínio dos seus próprios desejos. 

 

Não fica satisfeito até encontrar um meio autoritário de eliminar a experiência dolorosa.

 

 

O narciso  não superou o passado doloroso, não reconhece  humildemente a incapacidade de controlar os outros, principalmente quando se trata de experiências que não podem ser revividas. O Narciso não aceita a ideia indigesta de que a dor é inevitável e, às vezes, até intolerável. Além do mais, a dor não pode ser plenamente controlada nem eliminada, e não aceita que o mundo é injusto.

 

 

EXEMPLOS:

 

 

Quando alguém lhe esquecia de fazer um favor, ele dizia: 

 

Você é igual a minha mãe, sempre promete, mas nunca cumpre.

 

Quando alguém discordava dele, ele pensava: 

 
 

Meu pai foi sempre injusto, e agora tenho que aguentar isso.

 

Experiências de 20 anos atrás ainda estavam frescas na sua memória como se tivessem acontecido no dia anterior.

 

 

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Não perca seu tempo contradizendo o narciso

 
 

Conforme Aristóteles recomendava: 

 

" não entre em controvérsia com qualquer um que chegue, mas só com aqueles que conhecemos e dos quais sabemos que têm inteligência suficiente para não propor coisas absurdas e que têm suficiente talento para discutir à base de razões e não com bravatas, para escutar e admitir tais fundamentos e que, enfim, apreciem a verdade, prestem com gosto o ouvido às razões, mesmo quando procedam da boca do adversário e sejam o bastante equitativos para suportar que não se lhes dê razão, quando a verdade está do outro lado.

 

Entre mil pessoas há apenas uma com a qual valha a pena discutir. Aos demais, deixemos que digam o que querem porque ser idiota é um dos direitos do homem.

 
 

Pensemos no conselho de Voltaire: 

 
 

"A paz vale ainda mais que a verdade"; 

 

e também em um provérbio árabe que diz:

 

"Da árvore do silêncio pende como fruto a paz". 

 
 

E também na inteligência de Isaac Newton que quando percebia que a pessoa que lhe perguntava algo da ciência não possuia capacidade de entendê-lo respondia apenas que a descoberta surgiu da queda de uma maça em sua cabeça...Não jogava suas pérolas aos porcos !!!

 
 

Não  cometa o erro de querer ajudar o narciso  a conscientizar-se  de sua patologia

 

Mesmo que reconhecesse a necessidade de se tratar, ele pensaria que não haveria ninguém à altura para desempenhar esse papel.

 

Ao invés de ajudá-lo use a seguinte ferramenta: 

 
 

mostre que o que você propõe será ótimo para ele !! E, talvez, você até conquiste um forte aliado.

 

 

 

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O RETRATISTA

 

 

Diante do olhar dela, todas as suas imperfeições desaparecem. Ele revela as nobres qualidades que existe em você, o enquadra num mito, o faz divino, o imortaliza. Pela habilidade que tem de criar essas fantasias, ele é recompensado com um grande poder.

 

 

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Diante da “hostilidade” que encontra no mundo exterior, reage com uma postura agressiva. Se você discorda de uma pessoa com transtorno de personalidade narcisista, faz chacota ou muitas perguntas sobre sua vida, você se transformará imediatamente em um adversário porque se você não está com o narciso, está contra ele.

 

Na bagagem emocional do narciso não faltam elementos para causar danos  às pessoas de sua convivência. Como acredita que está sendo ofendido, facilmente revida assumindo o papel de ofensor.

 

UMA DICA PARA TODOS OS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

 

Não tente modificá-los. 

 
 

Eles nunca terão “os olhos bem abertos” para dentro de si e reagirão com indignação e mais suspeitas diante de quaisquer tentativas de apontar uma disfunção.

 

O narciso  possui sensores muito sensíveis e um processador avariado !!

 

 

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Warhol,  por David Bourbon

Texto extraído de livro do autor Robert Greene.

 

 

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MORAL

 

 

Os narcisos  são  egocêntricos, egoistas, gravitam apenas na órbita das suas necessidades corporais fúteis de natureza animal ou instintiva. São hipersensíveis, demonstram a sua personalidade infantil reagindo com agressividade apenas por verem contrariados o seu egocentrismo; quando sentem-se rejeitados, o impacto é muito grande, ficam abalados por muito tempo, como crianças não sabem proteger sua emoção.

 

Preocupados quase que unicamente consigo mesmo só procuram melhorar o corpo e 'entrar em contato' com seus próprios sentimentos com o auxílio de um espelho,  agem como agentes de exclusão alheia e de si próprios, seus únicos amigos fora de si mesmo são os retratistas que pela habilidade de criarem fantasias, revelavam as "nobres" qualidades que existem nos narcisistas, enquadrando-os num mito, fazem-nos sentirem-se divinos, imortais pendurados em uma bela moldura na parede.

 

No mais claro sentido da palavra, são emocionalmente débeis, frágeis, infantis, e por isso, querem compensar a fraqueza psicológica com a aparência de fortes, inclusive físicamente. Possuidores apenas do raciocínio lógico-linear,  cultivam  a crença em  verdades  absolutas, frustram-se e irritam-se com a arte da dúvida alheia, cultivam apenas a arte do fisiculturismo, são incapazes de decifrar o código da autocrítica.

 

Eles analisam em minúcia cada palavra e ação em busca de sinais de uma ofensa a sua vaidade, ao seu grandioso senso de importância própria, talento, realizações, imagem fantasiosa de sucesso fantasioso, inteligência, ao seu desejo de ser o mais admirado, etc.. 

 

O Mundo tem que refletir os seus pensamentos e quando alguém os coloca em dúvida, sentem rejeitados os seus valores, que o mundo não reflete a sua imagem, eles amarram a cara e atacam, reagem com intolerância, violência dissimulada ( desprezo ) ou não. Deveríamos todos ser capazes de rir um pouco de nós mesmos, mas o narcisista não consegue.  Apague qualquer qualidade da personalidade do narcisista e você verá o ressentimento nos olhos dele.

 

Por baixo desse egocentrismo, desse egoísmo, também existe sempre um torturante sentimento de inferioridade. Essa psicopatologia comumente é causada por uma infância marcada por vergonha e ou abuso emocional. Eles são frágeis. A aparência esconde um profundo trauma e uma profunda insegurança. Requerem constante atenção e positivo apoio aos seus interesses e valores egocêntricos.

 

Os narcisos têm ciúme fatal de quem consideram destacar-se mais do que ele

 

São calmos quando seus intimos lhes dão retorno, mas explosivos quando turvam as suas expectativas. Têm medo da crítica, do vexame, da rejeição, do pensamento alheio, dos olhares sociais e, por isso, escondem a espontaneidade.  Quando alguém lhe aponta um erro, muda imediatamente de cor e de humor. Nada tão absurdo ! Nada tão imaturo!

 

Amam seus interesses pessoais e até seu time de futebol mais do que a espécie humana, não se importam com as necessidades alheias. Não sabem que quem não se deixa influenciar, corrigir, repensar, reflete fragilidade e insegurança e não as falsas virtudes de atores de hollywood em filmes de fantasias heróicas.  Consideram-se celebridades, tal como estes, e quando consideram-se estar no auge da fama e deveriam dividir o sucesso com quem lhes ajudou, se calam, sem a percepção, a autocrítica, de que em verdade chafurdam-se na lama do isolamento e das falsas companhias que procuram por fazê-los sentirem-se "Deuses".

 

As pessoas narcisistas sentem-se atraídas por quem mais se parece com elas, por quem admira o que elas admiram São cegas a toda e qualquer realidade que seja diversa de sua própria visão egocêntrica. Dê a impressão de compartilhar seus valores e gostos, de compreender o seu espírito, e elas ficarão fascinadas por você. Mas lembre-se: não possuem sincero interesse pelos interesses alheios, não têm escrúpulos para levar vantagens sobre os outros para atingirem suas metas egoistas. Só aceitam de bomgrado o que os beneficiam.

 

 

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O ESPELHO DO CAÇADOR

 

 

A cotovia é um pássaro apetitoso, mas difícil de pegar. No campo, o caçador coloca um espelho num suporte. A cotovia pousa diante do espelho, dá um passo para frente, outro para trás, fascinada com a própria imagem em movimento e com a dança de acasalamento imitativa que vê representada diante de seus olhos. Hipnotizado, o pássaro perde toda a noção do que o cerca, até que a rede do caçador o prende contra o espelho.

 

 

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O mundo está repleto de gente que só pensa em si mesma. Na presença dessas pessoas, saiba que tudo no seu relacionamento com elas será direcionado para elas mesmas - para as suas inseguranças, carências, fome de atenção, (...)

 

Os narcisos vivem em torno de sua  juventude física, e ignoram que no final terão pouco poder com este  aspecto; o frescor da juventude desaparece, há sempre alguém mais jovem e mais bonito, e as pessoas se cansam da beleza física sem o refinamento social. Enquanto os encantadores sociais fazem os outros sentirem-se 'estrelas', os narcisistas só gostam de quem os faça sentir confirmado o seu egocentrismo.

 

Os cientistas reúnem evidências, buscam regularidades, formam teorias que expliquem suas observações e as verificam. Os advogados partem de uma conclusão acerca da qual querem convencer os outros, e depois buscam evidências que a apoiem, ao mesmo tempo que tentam desacreditar as evidências em desacordo.

 

Metaforicamente, o narcisista usa o mesmo processo criativo para gerar a sua autoimagem. Quando fazem uma pintura do "EU", o lado advogado do inconsciente narciso mistura fato e ilusão, exagerando forças, minimizando suas fraquezas, criando uma série de distorções picassianas em que algumas partes foram ampliadas em proporções enormes ( as que eles gostam ) e outras reduzidas até quase se tornarem invisíveis.

 

Os cientistas racionais da mente narcisista consciente depois admiram o autorretrato com inocência, acreditando ser um trabalho fotográfico de precisão. Os advogados da mente narcisista os ajudam a acreditar na sua bondade e competência, a sentirem-se no controle e se verem sob uma luz positiva. Também molda a forma como entendem e interpretam o ambiente social e os auxiliam a justificar suas convicções preferidas.  Eles até reconhecem que a sua autoavaliação e autoconfiança infladas podem ser um problema - mas só para os outros ! E, com os outros, eles só se importam até o limite dos próprios interesses.

 
 
 

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A MOTIVAÇÃO NARCIZISTA

 

"Há  três pessoas no meu departamento em quem não confio, e pensei muito a respeito do motivo. Elas cumprem os prazos, fazem o que dizem que vão fazer e são muito competentes em seu trabalho. No entanto, não confio nelas porque, invariavelmente, sempre cuidarão de si mesmas antes de cuidar de alguma outra pessoa, e até mesmo à custa de alguma outra pessoa. Seus motivos são muito claros. Elas querem o que é melhor para elas e, esperançosamente, isso não interferirá naquilo que é melhor para os outros. Nunca se sacrificam por outra coisa, mesmo que isso beneficie alguém ou algo mais do que a si mesmas. Seus motivos são sempre claramente egoistas. É difícil para mim confiar que elas representarão meu departamento de maneira exata, que desejarão as grandes coisas que eu quero para a minha equipe ou farão qualquer favor para mim. Não confio que tenham o melhor interesse de alguém em mente, com exceção de seus próprios.

 

Pam McGee - Professora e Consultora

 

 

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Como uma princesa inglesa observou:

 

 

"Depois de jantar ao lado de Mr.Gladstone, achei que ele era o homem mais inteligente da Inglaterra. Mas, depois de jantar ao lado de Mr. Disraeli, eu me achei a mulher mais inteligente da Inglaterra".

 

 

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Agora veja se você aprendeu a lição: Quem era o narcisista ? Mr. Gladstone ou Mr. Disraeli

 
 
 

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Uma vida egocêntrica é uma vida totalmente vazia

 

Madre Tereza de Calcutá

 

 

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O interesse próprio é um fogo que consome os outros e depois a si mesmo

 

W.E. GLADSTONE

 

 

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O GROSSEIRÃO

 

 

Grosseirões são desatentos a detalhes muito importantes no relacionamento interpessoal. Percebe-se isso na sua aparência pessoal - suas roupas são deselegantes segundo qualquer padrão - e nas suas ações: não sabem que às vezes é melhor se controlar e não ceder aos próprios impulsos.  Os grosseirões são indiscretos, falam qualquer coisa em público. Não tem noção do momento certo e raramente estão em harmonia com seu gosto. A indiscrição é o sinal certeiro de um Grosseirão; pode parecer impulsivo, mas a verdadeira origem disso é o seu radical egocentrismo, a sua incapacidade de se ver como os outros os vêem. Mais do que  apenas evitar os grosseirões, você precisa ser o oposto deles - tato, estilo e atenção aos detalhes são exigências básicas.

 

 

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CAÇADORES DE ADMIRAÇÃO

 

( fonte: Livro Psicopatas do Cotidiano. Autora: Katia Mecler )

 
 

Trata-se de indivíduos que, repetidamente, superestimam suas capacidades e exagera suas conquistas.

 

Não há nada de errado em ter autoconfiança e boa autoestima, dois elementos que, quando equilibrados, trazem sociabilidade e segurança. O problema é que o narcisista para compensar  a sua  insegurança  leva  essas características ao extremo e age  vivendo a ilusão de que suas contribuições são mais valiosas do que na realidade o são.

 

Como consequência do desequilíbrio narcisista essa pessoa torna-se arrogante e exploradora que crê estar acima do bem e do mal.

 

Quer se sentir o primeiro em tudo e só reconhece qualidades em si mesmo. No senso comum, é aquele indivíduo que “se acha”: o mais inteligente, o mais competente, o mais preparado, o mais ( quando não o único ) merecedor do sucesso no ambiente social em que vivem.

 

Tem propensão a viver no mundo da imaginação, onde a glória, a fama e o reconhecimento faz  parte do seu cotidiano, onde ele é o maior ( talvez o único ) protagonista. Dificilmente ( talvez nunca ) enxerga o constrangimento que causa a seu redor.

 

Está sempre de vangloriando do que fez e, sobretudo, do que imagina ter feito. Age como se  fizesse parte de uma legião de super-heróis, mas acreditando sempre ser mais herói do que os outros. Para o narcisista, é um favor deixar que alguém conviva de perto.

 

Erroneamente, as pessoas sem o conhecimento psiquiátrico, costumam associar essa personalidade  sociopata à vaidade exagerada ou ao culto à beleza, mas a motivação do sociopata narcisista é a de compensar suas frustrações de inferioridade e de insegurança  com a sensação de poder, de superioridade.

É preciso tomar cuidado para não confundir uma pessoa vaidosa ( ainda que de forma exagerada ) com um narcisista. Não é uma tarefa simples.

 

No idioma grego, a palavra “narcisista” tem a mesma origem de “entorpecido”. Por isso, o narcisista é o simbolo da vaidade, do egocentrismo e da insensibilidade com o sentimento alheio, com as necessidades alheias.

 

Um aspecto importante a considerar é a fragilidade de sua autoestima. Apesar da fachada luminosa, são extremamente sensíveis a críticas e derrotas. Embora vivam escondendo essa fraqueza, as críticas ou os fracassos podem assustá-los, deixando rastros de humilhação, degradação e vazio.

 

Em razão disso, também se retrai socialmente no que considera  poder não ser bem-sucedido a fim de mascarar e proteger a grandiosidade que atribue a si mesmo.  Geralmente não apresenta disposição para se arriscar em situações  em que haja possibilidade de derrota.

 

Por tabela, age com má vontade, despeito, com o sucesso e as conquistas alheias a fim de transmitir aos vencedores que não são merecedores de tais feitos. Desvaloriza grosseiramente as contribuições de pessoas que recebem reconhecimento ou elogios pelo que realizaram. Sua vaidade pessoal está acima dos sentimentos de qualquer pessoa.

 

Para se enaltecer, o narcisista não faz a menor cerimônia em apontar os defeitos dos outros. Metaforicamente exemplificando: tudo que não é espelho o narcisista acha feio, ou seja, não consegue aceitar e reconhecer virtudes para além do próprio nariz.

 

Não apenas é  invejoso como também acredita ser alvo de inveja e para se sentir no topo, necessita desqualificar, permanentemente, quem o rodeia.

 

Trata muito bem quem pode lhe ajudar nos seus interesses, a quem consideram meros bajuladores, aqueles que o faz sentir importante, adorado e indispensável. Está sempre na busca da admiração alheia, ou melhor, na busca de ser o mais admirado, ainda que a custa da desgraça alheia.

 

Nunca espere afeto desinteressado. Ele só tem interesse pelas pessoas de quem possa extrair algo e, preferencialmente, aquelas de baixo autoestima que nunca estarão competindo em importância com ele e,  apenas até encontrar quem possa lhe ser mais útil, na sua jornada rumo ao topo da importância social relativa.

 

Empatia é uma palavra que não existe no dicionário do narcisista. Extremamente egoísta, custa a perceber ou não percebe ou não interessa demonstrar que percebe a fim de ofender as emoções e os sentimentos alheios.

É desdenhoso e impaciente com os problemas alheios, principalmente quando instado a ouvir problemas e preocupações que não lhe diz respeito.

 

As necessidades do outro não importam e são encaradas como fraqueza,  vulnerabilidade e fonte de prazer, alimento, para o sentimento de superioridade do narcisista.

 

A Associação Americana de Psiquiatria indica oito características que devem ser levadas em conta para o diagnóstico:

 

-Sensação grandiosa quanto à própria importância;

 

-Fantasias de sucesso ilimitado;

 

-Crença de ser alguém único e especial;

 

-Demanda excessiva por atenção sentindo-se o mais importante;

 

-Certeza de possuir direitos exclusivos;

 

-Carência de empatia;

 

-Explorador nas relações interpessoais;

 

Comportamento arrogante e insolente;

 

-Sentimento de inveja e de sentir-se invejado.

 

Fica irritado com qualquer situação em que não receba o destaque que julga lhe ser de direito.

 

Muitos são muito bravos  na busca de compensar seu sentimento de insignificância e insegurança decorrente de traumas por  maus vínculos afetivos na infância.

 

 

Não  cometa o erro de querer ajudar o narcisista a conscientizar-se  de sua patologia. Mesmo que reconhecessem a necessidade de se tratar, não haveria ninguém à altura para desempenhar esse papel.

 

Ao invés de ajudá-los use a seguinte ferramenta: mostre que o que você propõe será ótimo para elas !! E, talvez, você até conquiste um forte aliado.

 

 

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O texto é resultado de compilação  extraída de diversos livros dentre os quais destacam-se:

 

"As 48 Leis do Poder" ;  

 

"O Manual da Raiva";

 

"Psicopatas do Cotidiano"

 

"Vampiros Emocionais"

 
 

"Sobrevivência Emocional - As dores da infância revividas no drama adulto."

 
 

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