REFLEXÕES  SOBRE  A   MORAL   DOS   SEGUIDORES  DO   EVANGELHO  DO  NOVO TESTAMENTO

(  O CRISTIANISMO )

 
 
 

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Acima da condição religiosa da criatura deve estar a sua condição moral. Existem pessoas que se dizem descrentes fazendo muito mais pelos  semelhantes do que aquelas que rezam o dia inteiro.

 

 

Chico Xavier

 

 

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O Poder de um Clube de Elite

 

Sejam os mafiosos italianos ou a Cúria Romana, a filosofia maquiavélica é a mesma

 

 

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CUIDADO COM OS BOCA DE PEIXE QUE VIVEM NO AQUÁRIO FORA DA REALIDADE E JUNTO DA HIPOCRISIA, VIVENDO DE BARRIGA CHEIA, GORDOS, SOLTANDO POMBINHAS BRANCAS, ENQUANTO O MUNDO ESTÁ EM GUERRA ! ESSAS PESSOAS NÃO PERTENCEM AO MUNDO REAL, MAS AO MUNDO DAS ARTES DO ENGANO !!

 

METÁFORA:

 

A FÉ DOS PAPAGAIOS

 

 Uma senhora chega no padre e diz: 

- Padre me ajude! Eu ganhei duas papagaias de um puteiro, mas elas só sabem dizer uma coisa:

- Olá, nós somos putas, vcs querem transar? 

O padre diz:

- Isso e terrível! Leva elas lá na paróquia que eu tenho 2 papagaios que ensinei rezar desde pequenos, rezam o dia inteiro!

Chegando lá as papagaias falam:

- Olá, somos putas, vcs querem transar? 

Um papagaio olha pro outro e diz:

- Joga o terço fora malandro, nossas preces foram atendidas!... 

 
 
 

Das razões de elaborar estes  textos compilados 

 

 

Diversas vezes me aconteceu sentir algum mal estar causado  pela  reflexão da triste aventura sobre o que presenciei do comportamento humano ou pela fadiga suportada pelos meus órgãos postos no dever de pormenorizar os respectivos comportamentos hipócritas  de forma que as pessoas de minha amizade, dignas de respeito, pudessem  captar com o auxílio de sua imaginação o lado emocional dos fatos.

 
 

Refiro-me não àquela hipocrisia  natural necessária à boa educação, à civilidade, ao respeito mútuo, haja vista ser uma impossibilidade social a total liberdade de expressão. Mas, àquela hipocrisia  gerada por profunda ignorância e  arrogância, ou ardilosa, maldosa, com segundas intenções a fim de possibilitar  ao lobo  disfarçado  em péle  de ovelha ou  cordeiro   esconder a sua natureza  egoista , a  sua vilania, o seu desejo de poder, de vingança... 

 
 

Aquelas mentiras dos melhores mentirosos que mentem com a aparente inocência angelical.

 
 

Quem observou bem o Mundo, adivinha facilmente quanta sabedoria existe no fato dos homens serem superficiais. O instinto de conservação ensina rapidamente a ser leviano, volúvel e falso. 

 

E, ainda, some-se a isso a existência de uma maioria - que chamo de artistas natos da arte do engano - para os quais não existe outra forma de gozar a vida  senão cheios de leviandade, voluptuosidade e falsidade em sua personalidade. 

 

Poder-se-ia deduzir o grau ou a medida em que lhes é detestável a vida de acordo com o modo e a intensidade pelo qual falseiam sua imagem, de certa forma, penosa vingança contra a realidade e, no longo prazo, um tiro no próprio pé, tal como ocorrem com os  tantos casos  de pobres gastando o que não podem  para se passarem por ricos...e, no final, por fugirem da verdade de como deveriam reagir à realidade, terminam verdadeiramente miseráveis...

 

 

Nada, a meu ver,  produziu tanto dano à virtude quanto a fastidiosidade de seus patrocinadores, embora não queira menosprezar sua rara utilidade em geral. Contudo, considero muito importante que o menor número  possível de indivíduos meditem sobre a moral do Novo Testamento, que devem ser lidos com a máxima independência de espírito, como se  estivesse constrangido a lê-los,   e que essa moral se torne, algum dia, desinteressante.

 

 

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Ademais,  se o Mundo sempre foi uma gigantesca Corte fraudulenta e estamos presos nela,

não adianta optar por não estudar as suas regras.

 

Lord Chesterfield

 

 

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Como disse o filósofo alemão Nietzsche, se as agressões não nos matar, acabamos ganhando uma experiência essencial que nos ajudará a salvar-nos e a outras pessoas em futuras idênticas  circunstâncias.

 

 

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Então, a  fim de eximir-me do castigo de repetir a minha experiência às pessoas dignas de respeito elaborei estes textos compilados de livros de diversos autores especialmente  dos autores  Friedrich Wilhelm Nietzsche,  Marquês de Sade e Fiodor Dostoiévisk  que tratavam de assuntos relacionados com a mesma visão crítica que possuo. 

 
 
 

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Justine, as desgraças da virtude

 

Marquês de Sade

 

 

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O Idiota

 

Fiodor Dostoiévisk

 

 

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Genealogia da Moral

 Anitcristo 

 

Friedrich W. Nietzsche

 

 

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E, despertando o leitor, espero que esses possam  produzir  a pedagogia da indignação  para  refletirem sobre esse tema social tão presente na vida dos brasileiros, especialmente aos  que se dizem "católicos apostólicos romanos" .

 
 

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A estratégia da filosofia  cristã, ou na melhor das hipóteses, dos seus  representantes lideres,é a de induzir os seus seguidores a acreditar que deveriam  ser perfeitos tal como o conceito falso que criaram  de Deus para com isso levar os seguidores ao remorso e ao sentimento de menos valia e de imperfeição doentia.  Não entre nesse jogo! Não tenha remorso na vida, tenha arrependimento do que fez "errado" para fazer melhor no futuro. Não passe a sua vida sem dormir pela  ideologia cristã, esse é o jogo que os diabos querem que você faça ! Jamais aceite ser insignificante apenas para ser " cristão". Esqueça  esse falso paradigma !

 

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Quantos homens sabem observar? 

 
 

E, desses poucos que sabem, quantos observam com a luz da sabedoria tanto os outros quanto a si próprio? 

 

A  nossa    sensibilidade é a identidade que nos distingue dos demais companheiros humanos, é nossa contribuição única para o mundo, nossa missão pessoal.  

 
 

A cultura ajuda-nos a observarmos  e a encontrarmos  essa missão que pode ser o trabalho de toda uma vida, mas, mesmo assim, apenas o fato de querer buscá-la a cada dia com maissabedoria já nos permite vislumbrar saber onde poderemos chegar. 

 

 

A cultura também ajuda-nos a sermos resilientes ( capacidade de recuperação ). 

 
 

A resiliência é a arte de navegar pelas adversidades. 

 
 
 

Se um trauma o transtornou e o conduziu até uma cascata de problemas, numa direção na qual preferia não ter ido, o resiliente recorrerá aos recursos internos impregnados em sua memória e lutará para não se deixar arrastar pelo curso natural das pedradas diárias da ignorância e inveja alheias da vida.

 
 
 

A quem pode interessar  esses  textos?  

 
 

Para suportar minha seriedade, é necessário possuir uma integridade intelectual levada aos limites extremos. 

 
 
 

O que significa então a integridade intelectual ? Significa ser severo com o seu próprio coração, desprezar os "belos sentimentos" e fazer de cada Sim e de cada Não uma questão de consciência ! 

 
 

O serviço da verdade é o mais duro dos serviços.

 
 

Estar acostumado a viver no cimo das montanhas - e ver a imundície da hipocrisia abaixo de si. 

 
 

Ter se tornado indiferente. 

 
 

Nunca perguntar se a verdade será útil ou prejudicial. 

 
 

Possuir uma inclinação - nascida da força - para questões que ninguém possui coragem de enfrentar; ousadia para o proibido; predestinação para o labirinto. 

 
 

Uma experiência de sete solidões. 

 
 

Olhos novos para o mais distante. 

 
 

Uma consciência nova para  verdades que permanecem mudas.  

 
 

E um desejo de economia em grande estilo: economia de acumular sua força, seu entusiasmo, sua auto-reverência, seu amor-próprio, sua  absoluta liberdade para com sua consciência.... 

 
 

Muito bem ! Apenas esses são meus leitores, meus  leitores predestinados: que importância tem o resto ?

 
 

 Considero o resto aqueles que não possuem a menor noção de integridade intelectual. 

 
 

Comportam-se como ovelhas ou cordeiros, consideram os “belos sentimentos” como argumentos, andam  com o “peito estufado” como sopro de uma inspiração divina, fazem das suas convicções cristãs um critério da verdade

 
 

Um forma de corrupção, essa falta de consciência intelectual, chamando-a de “moral cristã” que constitui uma variedade de razões para serem usadas ocasionalmente quando for desejável. 

 
 

Essa fraude contra si e os outros constitui uma herança sacerdotal dos primórdios do cristianismo. 

 

São os melhores mentirosos, mentem com aparente inocência angelical porque, em verdade vos digo, assim como o ato do nascimento tem pouca importância relativamente ao processo hereditário, assim também o "consciente" não se opõe nunca de modo decisivo ao instintivo. 

 
 

Quero dizer: 

 
 

o que predomina são os instintos e não o blá, blá, blá da falastria dos "bons sentimentos" tão prolatados pelas falsas ovelhas e falsos cordeiros.

 
 

Por isso também que  aparência de cordeiro ou ovelha com discurssos de 'bons sentimentos'  nunca  correspondeu a atestado de bons antecedentes ou  de idoneidade moral, ademais, esta é a principal arma dos estelionatários.

 
 

Admitindo-se que o lema "de acordo com a Natureza" signifique no fundo "de acordo com a vida" seria possível que atuásseis de outra forma ? A Doutrina Cristã que fazer com que os seus seguidores vejam a Natureza como ela não é, em vê-la estóica, e finalmente, não podem vê-la de outro modo.

 
 

Há aqueles que sentem até  possuir  uma missão divina, digamos, melhorar, salvar ou libertar a humanidade. Há outros fanáticos da consciência, puritanos, que preferem morrer sobre uma vã ilusão e não sobre uma incerta realidade.

 
 

Eles acreditam ser o porta-voz de imperativos supranaturais – pavões da divindade.  

 
 

Quando tal missão os inflama, eles se colocam acima dos níveis de julgamento meramente racionais. 

 
 

Sentem-se santificados por essa missão, sentem-se fazendo parte de uma ordem superior !!! 

 
 

A quem interessa essas mentiras? Qual o interesse nessas mentiras? Com efeito, se queremos explicar como nasceram realmente as afirmações metafísicas mais transcendentes de certos sacroparasitas do cristianismo seria conveniente perguntar-nos antes de tudo: A que moral querem conduzir-nos ? Certamente, os sacroparasitas querem que toda a humanidade forte torne-se fraca adotando a filosofia do cristianismo como o fim único de sua existência, que esta seja a dona legítima dos instintos naturais. 

 
 
 

Mister se faz registrar um alerta: 

 
 
 

No cristianismo dos sacroparasitas nada há que possa e deva ser considerado impessoal. Não há crime, todo criminoso é um coitadinho, sempre há uma justificativa para o crime cometido.

 
 

E até agora esses valores reinam para muitos, determinando o significado dos conceitos de “verdadeiro” e ‘falso” para muita gente.

 
 

É  preciso tornar-se superior em grandeza de alma - em desprezo - à  manada  na  humanidade, sobretudo  aquelas que ambicionam  ou estão no falso poder com seus falsos valores. 

 
 

Fora deste grupo encontram-se uns poucos céticos, os tipos decentes de mente aberta ao contraditório, de modo geral, para tudo na vida. 

 
 

Esses são os poucos sábios de hoje e de outrora.

 
 

 

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A religião corresponde a uma teoria especulativa que explora o campo situado entre a realidade  conhecida e o imaginário do desconhecido.

 
 

Para que o sofrimento oculto, não descoberto, não testemunhado, pudesse ser abolido do mundo e honestamente negado, o homem se viu então praticamente obrigado a inventar deuses e seres intermediários para todos os céus e abismos, algo, em suma, que também vagueia no oculto, que também vê no escuro, e que não dispensa facilmente um espetáculo interessante de dor. 

 
 

 Assim, imputaram o medo, o temor a Deus , a superstição e as vantagens egoístas para quem os seguir, sem contestação, com a fé inquestionável, sem reflexão.

 
 

Assim, foram  criadas as histórias de inferno, trevas, céu  e paraíso a fim de gerar  o medo do inferno, o  egoísmo pela vida eterna no paraíso associado ao sentimento de vingança  dos poderosos no inferno. Esta história começou com o profeta Daniel ( cap.VII, versículo XII e XIII ), com a intenção de confortar a maioria,  que eram fracos mizeráveis  sofredores,  que não podiam vingar-se dos fortes.

 
 

Até hoje, a regra básica é: ou você adere ao conceito ou será lançado ao inferno, ou seja, lançado à vingança do Deus Cristão, das suas ovelhas e cordeiros. 

 
 

 Isso  ia ao encontro  dos interesses dos líderes dos cristãos tanto quanto de encontro aos poderosos  não cristãos. De modo que,  o Imperador Constantino incentivou  o cristianismo, tanto por medo do castigo ( mentiras muito faladas acabam se passando por verdades ) quanto por ser uma doutrina que confortava os seus súditos miseráveis ajudando-os  a suportarem a miséria e a passarem a vida  aguardando as belezas após a morte ( e quanto mais sofrida a vida, maiores seriam as belezas no céu ),  transferindo as suas vinganças  contra o Imperador para  o Deus Cristão, no dia do juízo final ( vingança final ).

 
 

Durante séculos criou-se uma literatura para consolar os miseráveis e vingar-se ardilosamente dos fortes, atacando-lhes na consciência, no medo, na superstição, no egoísmo !! 

 
 

Características psicológicas tão comuns entre miseráveis e ricos, fracos e fortes.

 
 

Algumas catástrofes naturais ajudaram a propagar essas ideias. Ex.: A erupção do Vesúvio foi usada como vingança do Deus Cristão contra os Romanos....

 

 

Muitos enigmas não são falados pelos religiosos. 

 
 

Fazem parte dos seus esquecimentos interessados  porque poderiam abalar as suas teorias, suas crenças não comprovadas e a fé de seus seguidores.  

 
 

Assim, nada falam sobre os mistérios de Puma Punku, Machu Pichu, as pirâmides do Egito, os monólitos da Ilha de Páscoas, e outros  semelhantes..

 
 

Esquecer não é uma simples força inercial, como creem os superficiais, mas na maioria das vezes uma força inibidora ativa, positiva no mais rigoroso sentido.  

 
 

Em determinado sentido isso inclui todo o ascetismo: 

 
 

algumas ideias devem se tornar indeléveis, onipresentes, inesquecíveis, fixas para que todo o sistema nervoso e intelectual seja hipnotizado por essas ideias fixas para livrá-las da concorrência de todas as demais, para fazê-las “inesquecíveis”.

 
 
 

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O ÍMÃ

 
 

A sua força invisível atrai para si os objetos que por sua vez se tornam magnetizados atraindo outros, fazendo crescer constantemente o magnetismo do todo. 

 
 

Mas retire o ímã original e tudo desmonta. 

 
 

A religião funciona como o ímã que atrai a imaginação das pessoas e as mantém juntas. 

 
 

Uma vez reunidas ao seu redor, não é  qualquer poder que as arrancará de lá

 

 

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As massas nunca tiveram sede de verdade.

 

Constantemente, elas querem ilusões e não vivem sem elas.

 

Constantemente, elas dão ao irreal a precedência sobre o que é real;

 

 são quase tão intensamente influenciadas pela mentira como pelo que é verdade.

 

Têm uma evidente tendência a não distinguir entre as duas

 

SIGMUND FREUD,

 

THE STANDARD EDITION OF THE COMPLETE PSYCHOLOGICAL WORKS OF SIGMUND FREUD,

 

VOLUME 18

 

 

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Se puder contar a verdade na forma de mentiras que pareçam verídicas, 

 

não conte a verdade da forma na qual ninguém vai acreditar.

 
 

Imperador Tokugawa Ieyasu do Japão, século XVII

 

 

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Em geral evita-se a verdade porque ela é feia e desagradável.

 

Não apele para o que é verdadeiro ou real se não estiver preparado para enfrentar a raiva que vem com o desencanto.

 

A  vida é tão dura e angustiante que as pessoas capazes de criar romances ou invocar fantasias são como oásis no meio do deserto: todos correm até lá, mesmo sabendo que um oásis não passa de um simples oásis!

 

A chave da fantasia é a distância.

 

O que está distante fascina e promete, parece simples e sem problemas.

 

A fantasia não atua sozinha.

 

É a opressão da realidade que permite à fantasia enraizar-se e florescer.

 

 

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Nenhum homem precisa se desesperar para convencer os outros das suas hipóteses mais extravagantes se tiver arte suficiente para apresentá-las em cores favoráveis

 

David Hume, 1711 - 1776

 

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A CORTINA DO TEATRO

 

No palco, as dobras pesadas vermelho-escuras da cortina atraem o seu olhar com a sua superfície hipnótica. 

 
 

Mas o que realmente fascina e atrai você é o que você pensa que possa estar acontecendo por trás da cortina - a luz que escapa pelas frestas, a sugestão de um segredo, de algo que está para acontecer. 

 
 

Você sente a emoção de um voyeur prestes a assistir a uma performance.

 

 

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O CRISTIANISMO  INVENTA   CONSOLO PARA TUDO 

 

 

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Até os inúteis têm um consolo: são eternos. 

 

Não há mal que sempre dure; para os tolos o consolo é ter sorte. 

 

E a sorte é como diz o provérbio:

 

 “Os belos gostariam de ter tanta sorte quanto os feios”. 

 

Para viver muito, é preciso valer pouco. 

 

O copo trincado não quebra; acaba por enjoar de tanto que dura. 

 

Parece que a sorte inveja as pessoas mais importantes. 

 

Recompensa a inutilidade com a duração e a importância com a brevidade.

 

 Os importantes serão sempre poucos, e os que não servem para nada, etenos, ou porque assim é. 

 

Quanto ao desventurado, sorte e morte parecem conspirar para esquecê-lo.

 

 

BALTAZAR  GRACIÁN  - A ARTE DA PRUDÊNCIA

 

 

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REGRA   PARA  TER  A  SORTE  DOS  JUDEUS.

 

A sorte tem suas regras, e para os sábios ela não é tão cega.

 

A sorte conta com a ajuda do esforço.

 

Alguns se contentam em se colocar confiantes à porta da deusa, esperando que ela aja. 

   

Outros são mais sensatos, e vão além com uma audácia cautelosa.

 

Amparada pela coragem e pela virtude, a audácia espreita a sorte e a adula com determinação.

 

Quem pensar direito, porém, terá eficazmente um único plano de ação:

 

virtude e prudência; pois a sorte e o azar se acham na prudência ou na precipitação.

 

 

Baltazar Gracian – A  Arte da Prudência

 

 

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NÃO   QUEIRA  CATEQUIZAR   OS CRISTÃOS

 
 
 

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Este envenenamento vai muito mais longe do que a maioria imagina: eles são uns "idealistas" caracterizados pelo arrogante hábito de teólogo da verdade,  da virtude de uma  origem superior, reivindicam o direito de se colocarem acima da realidade, e olhá-la com suspeita e desprezo... 

 
 

Eles acham que carregam todos os grandes conceitos em suas mãos ; 

 
 

Os lançam com um benevolente desprezo contra o "entendimento", os "sentidos", a "honra", o "bem viver", a "ciência"

 

Vêem tais coisas abaixo de si, como forças perniciosas e sedutoras sobre as quais o "espírito" plana como a coisa pura em si - como se a humildade, a castidade, a pobreza, em uma palavra, a santidade, não tivessem causado muito mais dano à vida que quaisquer outros horrores e vícios.  O puro espírito é a pura mentira..  

 

Enquanto os seus representantes, negadores, difamadores e caluniadores e envenenadores da vida dos fortes for aceito como uma variedade de "homem superior", a verdade será posta de ponta cabeça  e o advogado do nada confundido com o representante da verdade.

 

FRIEDRICH   WILHELM   NIETZSCHE  

Segmento de texto extraído do Livro  

"O    Anticristo - Ensaio de uma crítica do  Cristianismo".

 
 

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Não se ligue a quem possa eclipsá-lo, mas apenas áquele que lhe dará realce.

 

Desta forma, a prudente da fábula de Marcial conseguia parecer bela e radiante entre suas criadas feias, sem trato.

 

Eles não funcionam porque a maioria das pessoas conserva seus valores e ideias sem pensar neles. 

 

Existe um forte conteúdo emocional nessas crenças: as pessoas realmente não querem mudar a sua maneira de pensar, e se você as desafia elas se tornam hostis.

 

Jamais conteste as opiniões de um homem cristão , pois nem que os dois chegassem à idade de Matusalém você acabaria de colocar em ordem todas as coisas absurdas em que ele acredita.

 

É bom também evitar corrigir os erros das pessoas cristãs durante uma conversa, por melhor que sejam as suas intenções, pois é fácil ofendê-las e difícil, se não impossível, consertá-las.

 

Irritado ao escutar, por acaso, as observações ridículas de duas pessoas conversando  sobre o cristianismo,

 

imagine estar ouvindo um diálogo entre dois tolos comediantes.

 

O homem que vem ao mundo com a idéia de que vai realmente instruí-lo em questões importantíssimas,

 

pode agradecer aos astros se escapar ileso.

 

Quem os apregoa enfaticamente da boca para fora quer aparentar que os valores apregoados  fazem parte de sua 

personalidade, do seu caráter, então contradizê-los é sinônimo de ofensa pessoal.

 
 
 

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USE   O   FEITIÇO   CONTRA   OS  PRÓPRIOS   FEITICEIROS

 

Não dê aos cães o que é sagrado;

 

 e não jogue aos porcos as suas pérolas, para que eles não as pisoteiem e se voltem para atacá-lo.

 

JESUS CRISTO, MATEUS 7:6


 
 
 

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Ali estavam os ‘falsos humildes’: era necessário passar por eles em silêncio e com a espada na bainha !”

 

 Também entre eles havia heróis, muitos deles sofreram muito  e, assim, queriam fazer outros sofrerem. 

 

Eles eram os piores inimigos: 

 

nada escondia maior caráter vingativo do que sua falsa humildade. E, por isso, sujava-se facilmente aqueles que os atacavam. 

 

Esses falsos humildes também causavam pena. Cadeias de falsos valores e palavras ilusórias ! 

 

Longamente dormia neles a fatalidade até que despertada, comia e engolia os que sobre ela construíram suas choupanas.

 

Segmento de texto com alterações extraído do Livro 

 

"Assim falou Zaratustra" 

 

do autor Friedrich Nietzsche

 

 

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Fiodor  Dostoievski escreveu um livro entre os anos de 1867 e 1868 de título “ O IDIOTA”  cujo  tema central recai na problemática do indivíduo puro, "superior", que acaba sendo para os demais, numa sociedade corrompida, um idiota, um inadaptado.

 

Dostoievski  faz uma  analogia do  personagem principal – o príncipe Michkin – com a suposta personalidade de Jesus Cristo a quem ele considerou um IDIOTA, uma mescla de infantilidade e patetice.

 

O seu personagem  caracterizado por excessos de  sinceridade, bondade, generosidade, benevolência e, consequentemente, muita ingenuidade,   revela ao leitor de forma trágica como em um mundo obcecado por dinheiro, poder e conquistas, o sanatório acaba sendo o único lugar para um santo.

 

 

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Eles não se sustentam por si só. Estão sempre tratando como virtudes condutas que vão de encontro aos seus instintos mais profundos que tentam negar com a falsa tolerância, a falsa caridade, o falso não-egoismo, a falsa segurança, a falsa coragem, o falso prazer na desgraça, e outras falsidades mais contra si e os outros que lhes são próximos.

 
 

Alguns pensam que tal sistema de tratamento melhorou o homem, quem sabe ? mas observo que "melhorado" significa  o mesmo que "domesticado", "enfraquecido", "desencorajado", "refinado", "embrandecido", "lesado". E, ainda, tratando-se sobretudo de doentes, desgraçados, deprimidos, um tal sistema torna o doente invariavelmente mais doente, ainda que o torne "melhor". 

 

 Pergunte-se aos especialistas que consequências traz consigo a aplicação metódica de tormentos de penitências, constrições e espasmos de redenção. 

 
 

Não  é possível viver bem infligindo a si mesmo sofrimento vitalício a fim de agradar aos outros, mesmo que seja alguém íntimo.

 
 

Quando agradar a alguém envolve impor sofrimento a si mesmo, lembre-se desta lição: 

 

antes o outro se magoar agora do que você se aborrecer mais tarde, e sem remédio.

 

Todo  cordeiro ou ovelha cristãos não sabe viver sem uma dose diária de desgosto.

 
 

 

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SABER FAZER O BEM

 

Um pouco de cada vez, mas com freqüência. 

 

Não crie mais obrigações do que lhe possam retribuir. 

 

Aquele que muito dá não dá, vende. 

 

Não cobre agradecimentos, pois, vendo-se incapaz de agradecer, o devedor quebra a retribuição. 

 

Para perder amigos, basta obrigá-los demais; para não ter de pagar o favor, se afastam, transformando-se em inimigos. 

 

O ídolo não quer ver o escultor que o lavrou, e aquele que recebe um favor prefere não ver os olhos do benfeitor. 

 

Portanto, aprenda esta sutil lição sobre dar: que custe pouco e se deseje muito, para que se aprecie mais.

 

BALTAZAR GRACIÁN

 

 

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[...] Disse ainda dom Nicolò Leonico, para criticar um tirano que possuía falsa fama de generoso: 

 

“Pensai quanta generosidade tem este, que não só doa os seus bens como também os dos outros.” [...]

 

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[...] do mesmo modo que nem todos os que constroem são bons arquitetos, também aqueles que doam não são todos generosos porque a virtude nunca prejudica ninguém e existem muitos que:

 

 roubam para dar e são generosos com o que é dos outros; 

 

alguns dão a quem não devem e deixam ao abandono e miséria aqueles aos quais devem obrigações; 

 

outros dão de má vontade e quase com despeito, podendo-se ver que o fazem forçados; 

 

outros, além de não serem discretos, chamam testemunhas e quase apregoam sua generosidade; 

 

outros esvaziam loucamente num instante aquela fonte da generosidade a tal ponto que não mais podem recorrer a ela.

 

 Portanto, nisso como em outras coisas, é preciso saber se conduzir com prudência, necessária companheira de todas as virtudes, as quais por serem medianas acham-se próximas dos extremos, que sãos os vícios; daí, quem não sabe, facilmente se deixa levar por eles, porque, assim como no círculo é difícil encontrar o ponto central, que é o meio, assim também é difícil encontrar o ponto da virtude colocada no meio dos dois extremos, defeituosos um pelo excesso, o outro por falta, e somos inclinados ora para um , ora para outro; e isso se identifica pelo prazer e desprazer que em nós sentimos, pois por um deles fazemos aquilo que não devemos e pelo outro deixamos de fazer aquilo que deveríamos; embora o prazer seja muito mais perigoso porque facilmente o nosso pensamento se deixa corromper por ele. 

 

Mas, como é difícil saber  quanto se está distante do centro da virtude, devemos retirar-nos pouco a pouco de nós próprios até a parte oposta daquele extremo para o qual sabemos estar inclinados, como fazem aqueles que endireitam as madeiras tortas; pois de tal modo nos aproximaremos da virtude, a qual, conforme disse, consiste naquele ponto médio; daí resulta que erramos de várias maneiras e de uma só cumprimos nosso ofício e dever, como fazem os arqueiros, que numa só direção acertam na mosca e em muitas erram o alvo. [...]

 

Texto   extraído  do Livro “ O Cortesão”,  publicado pela primeira vez em 1528, de autoria de Baldassare Castiglione.

 
 

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