ELES PRATICAM MUITO A DOAÇÃO
Contudo, a efetua de maneira ostentatória porque esperam uma retribuição.
Trata-se de um ato mercantil, um tráfico, e quem a recebe é quase sempre é vítima das feridas causadas pelo narcisismo e egoísmo do doador.
Esta é a forma mais comum de doação, é a caridade medida do burguês, feita em termos de conta bancária, dentro da qual ele pode sentir-se confortável, complacente e chamar a atenção dos poderosos.
A do religioso ‘bem comportado’, mas que no íntimo não passa de um fariseu ( um falso EU ) preocupado com as regras sociais que na essência resumem-se em um ‘toma lá, dá cá”, sempre com o olho na recompensa !
Promovem a caridade com o esforço (dinheiro) alheio, porque esperam ganhar em dôbro de Deus !!!
O TIPO DOADOR CRITERIOSO
ESTE TIPO SE CONFUNDE MUITO COM OS VIGARISTAS
CUIDADO COM O QUE LHE INSISTEM EM DAR DE GRAÇA
O que é oferecido de graça pode ser perigoso, pode ser um ardil ou ter ali uma intenção oculta de criar obrigação.
Favores sem pagamento, mais tarde poderão lhe custar muito mais caro do que a quantia que poderia ter sido paga na época.
Então, se tem valor, vale a pena pagar. Pagando você se livra de problemas de gratidão e culpa. Também é prudente pagar o valor integral – com a excelência não se economiza. Seja pródigo com seu dinheiro e o mantenha circulando, pois a generosidade é um sinal e um imã para o PODER.
Tudo deve ser julgado pelo seu custo e tudo tem um preço. A barganha esconde problemas materiais e psicológicos. O que se recebe de graça, ou a preço de banana, quase sempre vem com uma etiqueta de preço psicológico – sentimentos complicados de gratidão, concessões na qualidade, a insegurança originada por essas concessões, e outras coisas mais.
Os poderosos aprendem desde cedo a proteger o que têm de mais precioso: independência e espaço de manobra. Pagando o preço real, eles se livram de envolvimentos arriscados e preocupações. Aprenda a pagar, portanto, e bem.
Os cristãos, em questões de dinheiro, conhecem bem o quanto vale a falsa generosidade, o velho truque de ‘dar antes de tirar’. Presenteando de forma adequada, eles colocam a vítima em situação de devedora. A generosidade amolece as pessoas e, infelizmente, também para serem enganadas. Conquistando fama de pródigo, o "religioso" ganha a admiração das pessoas sem deixar que elas percebam o interesse torpe. Esbanjando estrategicamente a caridade, eles encantam os outros, gerando prazer e fazendo preciosos aliados.
O pão-duro não é atraente. Quando envolvido no jogo da sedução, Casanova entregava-se totalmente, não só a si mesmo, mas também a sua carteira. Os 'religiosos' 'caridosos' sabem que o dinheiro tem uma carga psicológica e que ele também é o veículo da polidez e da sociabilidade. Eles fazem do aspecto humano do dinheiro uma arma.
Ninguém fez isso melhor do que o charlatão de maior sucesso da nossa era, Joseph Weil, conhecido como “The Yellow Kid”. Desde cedo ele aprendeu que a ganância dos seus semelhantes é que tornava as suas fraudes possíveis. Ele escreveu certa vez:
“Este desejo de conseguir alguma coisa de graça tem custado caro para muita gente que fez negócio comigo e com outros trambiqueiros.... Quando as pessoas aprenderem – e duvido que aprendam – que é impossível ter alguma coisa sem dar nada em troca, a criminalidade diminuirá e viveremos com mais harmonia”.
Durante vários anos, Weil inventou meios de seduzir as pessoas com a perspectiva do dinheiro fácil. Ele lhes oferecia terra ‘ de graça’ – quem resistiria a tal oferta? E depois os otários pagavam caro pelo ‘falso registro da venda !!! Como a terra era ‘de graça’ , pagar tanto por um documento parecia valer a pena. E Yellow Kid fez milhares de dólares com os registros falsos. Em outras ocasiões, ele falava de uma corrida de cavalos combinada, ou de uma ação que daria 200 por cento em poucas semanas, ou por uma pequena quantia vendia conselhos de como ficar milionário,.... A lógica é simples: As pessoas são essencialmente preguiçosas e preferem que o dinheiro lhes caia no colo a ter de trabalhar. A ganância é tão forte que as suas vítimas não enxergavam mais nada. Como dizia Yellow Kid, metade da graça está em dar um lição de moral ensinando que a ganância não compensa.
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Existe um provérbio no Japão que diz:
"Tada yori takai mono wa nai" , ou seja:
"Nada custa mais caro do que aquilo que é dado de graça".
THE UNSPOKEN WAY. MICHIRIRO MATSUMOTO, 1988
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Quando se investiga o começo do cristianismo no mundo romano, encontram-se associações para auxílio mútuo, associações de pobres e de enfermos, ou para realizar enterros, nascidas no solo mais inferior daquela sociedade, nas quais se cultivava conscientemente esse grande meio contra a depressão, a pequena alegria da beneficência mútua.
Seria isto algo novo então, uma verdadeira descoberta?
Numa "vontade de reciprocidade" deste modo suscitada, vontade de formar rebanho, "comunidade", "cenáculo", a vontade de poder assim estimulada, mesmo num grau mínimo, deve por sua vez alcançar uma nova e mais plena irrupção:
a formação do rebanho é avanço e vitória essencial na luta contra a depressão, a própria desgraça.
O crescimento da comunidade fortaleceu também no indivíduo um novo interesse, que com frequência bastante o eleva acima do elemento mais pessoal do seu desalento, sua aversão a si mesmo .
Todos os doentes, todos os doentios, buscam instintivamente organizar-se em rebanho, na ânsia de livrar-se do surdo desprazer e do sentimento de fraqueza:
onde há rebanho, é o instinto de fraqueza que o quis, e a sabedoria do sacerdote que o organizou.
Pois atente - se para isso:
os fortes buscam necessariamente dissociar-se, tanto quanto os fracos buscam associar-se; quando os primeiros se unem, isto acontece apenas com vista a uma agressão coletiva, uma satisfação coletiva da sua vontade de poder, com muita oposição da consciência individual;
os fracos, ao contrário, se agrupam, tendo prazer nesse agrupamento - seu instinto se satisfaz com isso, tanto quanto o instinto dos "senhores" natos (isto é, da solitária, predatória espécie "homem") é irritado e perturbado pela organização.
Sob toda oligarquia se esconde sempre - a história inteira ensina – o capricho tirânico; toda oligarquia está sempre a tremer da tensão que cada membro sente para permanecer senhor deste capricho.
o amortecimento geral do sentimento de vida, a atividade maquinal, a pequena alegria, a do "amor ao próximo" sobretudo, a organização gregária, o despertar do sentimento de poder da comunidade, em conseqüência do qual o desgosto do indivíduo consigo mesmo é abafado por seu prazer no florescimento da comunidade - estes são, medidos pelo metro moderno, seus meios inocentes no combate ao desprazer por meio da desgraça alheia onde conheciam nas reuniões comunitárias de desgraçados.
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A verdadeira religião encontra-se da boca para dentro.
Da boca para fora apenas as atitudes compatíveis com a moral apregoada.
Nesse assunto, quem muito alardeia comumente é hipócrita ( um artista, um falso ).
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E A COMPAIXÃO DOS CRISTÃOS, O QUE PODEMOS OBSERVAR DE CONTRADITÓRIO ?
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NÃO VIVER TOTALMENTE PARA SI NEM TOTALMENTE PARA OS OUTROS
É um tipo vulgar de tirania. Se quiser ter inteiramente a si próprio, você quererá ter tudo para si.
Quem é assim não sabe ceder, nem nas mínimas coisas, ou perder sequer uma parcela mínima de sua comodidade.
Poucos solícitos, confiam em sua sorte, que muitas vezes os abandona.
Convém pertencer aos outros de vez em quando, de modo que os outros possam nos pertencer.
Quem tem um cargo público tem de ser um escravo público.
Ou carregue o fardo, ou desista do cargo, conforme disse a velha senhora a Adriano.
Ao contrário há quem seja totalmente dos outros, pois a insensatez sempre comete excessos, e este é um tipo de excesso muito infeliz.
Não tem um dia, nem uma hora para si, dedicam-se completamente aos outros, o tal ponto que um deles foi chamado "o de todos".
Mesmo no entendimento há os que para todos sabem e para si ignoram.
Que o prudente entenda que ninguém o procura, e sim cada um procura o seu próprio interesse, e o que você pode fazer por ele.
BALTAZAR GRACIÁN
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NÃO MORRER DEVIDO A DESGRAÇA ALHEIA
Conheça quem está atolado no lodo e espere que o procure em busca de consolo mútuo.
Procuram que os ajuda a carregar a cruz, e os miseráveis estendem os braços a quem um dia na prosperidade viraram as costas.
Cuidado com alguém que se afoga.
Não poderá salvá-lo sem perigo próprio.
BALTAZAR GRACIÁN
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Que estas informações ajudem ao leitor a não se deixar induzir em erro.
Boas reflexões a todos !