CUIDADO  COM  OS  INIMIGOS

 

A história está repleta de exemplos de inimigos que foram perdoados e voltaram para perseguir o leniente.  A história da China está repleta de exemplos. Esmagar o inimigo  é um princípio estratégico chave de Sun Tzu, o autor do século 4 a.C que escreveu a Arte da Guerra.

 

A ideia é simples: Seus inimigos não gostam de você. O que eles mais querem é acabar com você. Se ao combatê-los você  parar no meio do caminho, ou mesmo depois de percorrer  três quartos do caminho, por misericórdia ou esperança de reconciliação, você só os tornará mais determinados, mais amargurados, e um dia eles se vingarão. Eles podem agir cordialmente por uns tempos, mas isso só porque você os derrotou. Eles não têm outra escolha a não ser aguardar.

 

A solução: Não ter misericórdia. Esmagá-los totalmente, como eles o esmagariam. A única paz e segurança que você pode esperar dos seus inimigos é quando eles desaparecem.

 

O princípio por trás de “esmagar o inimigo” é tão antigo quanto a Bíblia. O primeiro a colocá-lo em prática foi Moiséis, que a aprendeu com o próprio Deus, que abriu o mar Vermelho para os judeus e depois deixou que as águas fluíssem novamente afogando os egípcios que vinham logo atrás, de forma a “não sobrar nem um só deles”. Moiséis, quando desceu do Monte Sinai com os Dez Mandamentos e viu seu povo adorando o Bezerro de Ouro, mandou matar todos os pecadores. E pouco antes de morrer, ele contou ao seu povo, finalmente prestes a entrar na Terra Prometida, que ao derrotarem as tribos de Canaã deveriam tê-las “destruído totalmente... sem aliança e sem misericórdia.”

 

Mao Tsé-tung, dedicado leitor de Sun Tzu e da história da China em geral, conhecia a importância desta lei. Em 1934, o líder comunista e uns  75 mil soldados mal equipados fugiram para as montanhas desoladas do oeste da China para escapar do exército muito maior de Chiang Kai-shek, fuga que ficou conhecida com a Longa Marcha.

 

Chiang estava decidido a eliminar até o último comunista e poucos anos depois restavam a Mao menos de 10 mil soldados. Em 1937, de fato, quando o Japão invadiu a China, Chiang calculou que os comunistas tinham se recuperado o bastante  para dispersar o exército de Chiang.

 

Ele havia esquecido o antigo princípio que diz para esmagar o inimigo; Mao, não. Chiang foi perseguido até que ele e todo o seu exército fugiram para a ilha de Taiwan. Nada restou do seu regime no continente chinês até hoje.

 

Todos os grandes líderes, desde Moiséis, sabem que o inimigo perigoso deve ser esmagado totalmente. Se restar uma só brasa, por menor que seja, acabará se transformando numa fogueira. Perde-se mais fazendo concessões do que pela total aniquilação:  o inimigo se recuperará e quererá vingança. Esmague-o, como eles o esmagariam. A única paz e segurança que você pode esperar dos seus inimigos é quando eles desaparecem.

 

Raramente se deve ignorar esta lei, mas acontece que às vezes é melhor deixar que os seus inimigos se destruam, se isso for possível, do que fazê-los pelas suas próprias mãos. Se você tem alguém com a corda no pescoço - e você tiver certeza de não haver chances de recuperação - então é melhor deixar que ele se enforque.  Que ele mesmo seja o agente da sua própria destruição.

 

Entenda isto: na sua  vida  você vai despertar rivalidades, deliberadamente ou não. Não importa o que aconteça e o que você faça, sempre haverá pessoas que permanecerão suas inimigas. Mas seja  qual for a dor que você lhes causar, não leve o ódio delas para  o lado pessoal. Reconheça apenas que não há possibilidade de paz entre vocês . Se você deixar que elas fiquem por perto, saiba que elas vão procurar se vingar, com tanta certeza  quanto depois do dia vem a noite. Esperar que elas mostrem a suas cartas é tolice, aí já poderá ser tarde demais.

 

Seja realista: com um inimigo por perto, você jamais terá segurança. Aprenda com os exemplos da história e com a sabedoria de Moiséis e Mao: não faça concessões.

 

No mundo contemporâneo, não é mais uma questão de morte, é claro, mas pode ser de exílio. E se não for possível bani-los para longe de você pelo menos saiba que eles estão tramando contra você e não dê atenção aos seus gestos fingidos de amizade. A sua arma numa situação dessa  é a sua própria cautela.

 

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Os vestígios de um inimigo podem se tornar ativos como os de uma doença ou fogueira. Devem, portanto, ser extintos totalmente... Não se deve jamais ignorar um inimigo, achando que ele é fraco. Ele se tornará perigoso no devido tempo, como uma faísca num monte de feno.

 

KAUTILYA, FILÓSOFO INDIANO, SÉCULO 3 a.C

 

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Para conseguir as coisas, não se deve ter misericórdia

 

KAUTILYA, FILÓSOFO INDIANO, SÉCULO 3 a.C

 

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Para obter a vitória definitiva, é preciso ser cruel.

 

NAPOLEÃO BONAPARTE, 1769 - 1821

 

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Um padre perguntou ao moribundo estadista e general espanhol Ramón Maria Narváez ( 1800 - 1868 ), "Vossa Excelência já perdoou todos os seus inimigos?" "Não preciso perdoar meus inimigos", respondeu Narváez, "Já mandei matar todos."

 

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Uma Víbora esmagada sob o seu pé mas ainda viva vai se erguer e morder você com uma dose dupla de veneno. Um inimigo por perto é como uma víbora semimorta a quem você ajuda a recuperar a saúde.

O tempo fortalece o veneno.

 

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É preciso notar que os homens devem ser afagados ou então aniquilados; eles se vingarão de pequenas ofensas, mas não poderão fazer o mesmo nas grandes ofensas; quando ofendemos um homem, portanto, devemos fazê-lo de modo a não ter de temer a sua vingança.

 

Nicolau Maquiavel, 1469 - 1527

 

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CAUTELA  COM OS  “AMIGOS”!!!

 

Eles poderão trair-lhe mais rapidamente, pois são comumente   invejosos. 

 

Eles também se tornam mimados e tirânicos. 

 

 De fato, a quem diga que se tem mais o que temer por parte dos amigos do que dos inimigos. 

Se você não tem inimigos, descubra um jeito de tê-los.

 

Todo invejoso ataca às escondidas, quase sempre disfarçando suas agressões como 'lições de moral'. 

Não há muita coisa que o Invejado possa fazer para evitar  invejoso; 

 

se todos tivessem o mesmo sucesso, a sociedade não funcionaria. 

 

Aceite, portanto, a inveja como uma insígnia de honra. 

 

Não seja ingênuo, preste atenção. 

 

Quando atacado por um perseguidor moralista, não se deixe convencer pela sua cruzada, o motivo é a inveja, pura e simples.

 

 No final é melhor aprender a suportar os ataques.

 

Para sobreviver na sociedade, em todos os tempos, é preciso manter-se senhor  de 3 virtudes: coragem, sagacidade e a solidão ( a alma elevada  venera a si mesma, prescinde do reconhecimento alheio ) e eleger como companheira inseparável aquele vício impertinente e jucundo da falsidade que se chama cortesia.

 

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